Tite, El Mago. Coluna Mário Marinho
Tite, El Mago
COLUNA MÁRIO MARINHO
Se Tite fosse técnico de algum time de língua espanhola, o título dessa coluna, com toda certeza, estaria sendo usado. Também se fosse de outro país com uma imprensa tão explicitamente apaixonada como as de língua espanhola, com toda certeza seria de mago para cima.
O jornal esportivo Olé, da Argentina, saudou a Seleção Brasileira com este título “A sétima maravilha”. E se desmancha em elogios para o futebol brasileiro, para o golaço de Neymar (de “sombrero”) e os gols de Paulinho – o último deles, de “pecho”, que os argentinos qualificam de “un gesto técnico de ésos que difícilmente puedan repetirse” (um gesto técnico daqueles que dificilmente pode ser repetido).
Não é para menos.
Vamos olhar nosso passado recente.
Ninguém se esquece do trágico vexame dos 7 a 1 da volta (re-volta?) de Felipão. Foi triste, amargo, inesquecível.
Ninguém se esquece também do Dunga (mais uma re-volta) com seu mau humor refletido no futebol sem criatividade, sem vida, burocrático e sem alegria.
A imagem que passava a Seleção do Dunga é que os jogadores se apresentavam nas convocações e entravam em campo por pura obrigação. Nada de prazer e alegria que o futebol proporciona – a quem joga e a quem assiste.
A chegada de Tite mudou o futebol da Seleção.
Há entrega em campo, há alegria, há futebol.
Na importante vitória sobre o Uruguai, que nos colocou a poucos centímetros de distância da distante Rússia, o Brasil saiu perdendo pela primeira vez na era Tite.
Um raro momento de soberba do lateral Marcelo que preferiu fazer gracinha ao invés de jogar sério.
Há quem diga que ele estava de salto alto. Eu acho que ele estava de sutiã que amorteceu a bola que ele quis recuar para o goleiro Alisson.
De resto, tivemos sobranceira atuação da Seleção que procurou o jogo e virou o placar para 4 a 1, em pleno estádio Centenário, de Montevidéu, onde a Celeste Olímpica se julgava protegida pelos deuses do Olimpo.
Destaque para um Neymar mais maduro e sério, sem perder a criatividade jamais.
E para um Paulinho excepcional que faz doer o coração dos corintianos que lamentam sua saída para o futebol chinês. Três gols em uma mesma partida mostram a incrível qualidade de atacante que tem esse volante.
Veja os melhores momentos:
https://youtu.be/RRCiAPpbbTM
Paixão – O meu neto Vinicius, de 13 anos, me disse que, além do Tite, a Seleção estava com os seguintes corintianos: Fagner, Marquinhos, William, Renato Augusto, Paulinho e Gil.
E mais, me disse ele: “Vô, fora do campo ainda estavam o Casagrande e o Ronaldo Fenômeno”.
É corintiano, o Baixinho?
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Mario Marinho – É jornalista. Especializado em jornalismo esportivo foi durante muitos anos Editor de Esportes do Jornal da Tarde. Entre outros locais, Marinho trabalhou também no Estadão, em revistas da Editora Abril, nas rádios e TVs Gazeta e Record, na TV Bandeirantes, na TV Cultura, nas rádios 9 de Julho, Atual e Capital. Foi duas vezes presidente da Aceesp (Associação dos Cronistas Esportivos do Estado de São Paulo). Também é escritor. Tem publicados Velórios Inusitados e O Padre e a Partilha, além de participação em livros do setor esportivo
(DUAS VEZES POR SEMANA E SEMPRE QUE TIVER MAIS NOVIDADE OU COISA BOA DE COMENTAR)