Caso da carne, assando. Política, fritando. Imprensa, cozinhando. Cacalo, na Mira.
O conluio de fiscais do Dipoa/SIF/frigoríficos é velho, a revista Guia Rural, da Abril, na qual trabalhei, fez matérias sobre isso nos anos 1990. E, para mostrar que nesse mato tem coelho faz tempo, vou contar uma historieta: em 1976, a Abril publicou uma revista chamada de Documento Abril, era trimestral, eu era repórter fotográfico dela.
O segundo número saiu em outubro, com o nome Documento Abril Alimentos. Uma das reportagens tratou de processamento de carnes. O único frigorífico que concordou em deixar fotografar toda a sua linha de produção foi o Armour, então na Marginal Tietê (São Paulo), todos os outros inventaram mil desculpas para não permitir fotos. Um deles, Eder, pouco tempo depois, tornou-se alvo de graves denúncias por irregularidades na produção. Mais recentemente, o Ministério Público de São Paulo descobriu sérios problemas no Frigor Hans, é só apertar a fiscalização e os problemas aparecerão. E se a Polícia Federal resolver focar na área de laticínios, então, só vai sobrar incólume o pão que o Diabo amassou e olhe lá.
O detalhe que está mal explicado é sobre o uso de papelão: foi usado para embalar o que não deveria ser empacotado ou foi misturado à carne? De qualquer forma, é de embrulhar o estômago…
Que mais este escândalo sirva de lição para artistas, e pior, jornalistas, que se vendem, viram propagandistas do que desconhecem. Antonio Fagundes, por exemplo, dançou com a Boi Gordo e não aprendeu nada, agora faz anúncio de cerveja que se diz puro malte e não é. Fátima Bernardes, como vai se explicar? Vai queimar seu diploma de jornalista e parar de envergonhar a categoria? Aliás, pra que servem as comissões de Ética dos sindicatos de Jornalistas que não tratam de casos como o citado, o de Pedro Bial, Tiago Leifert?
E agora, Tony Ramos? E você, Roberto Carlos, tadinho, tão pobre que precisou ganhar uma graninha anunciando carne que nem come? Confiável mesmo, só Zeca Pagodinho! Cervejeiro dos bons. O povão confunde personagem com ator, o ator sabe disso, age de má-fé, não tem desculpa, sabe que está enganando. É obrigação do jornalista, em vez de fazer propaganda, mostrar ao povo que atores vivem de representar o que não são, vendem o que não consomem.
Na Folha de S.Paulo (18), pág. B2, “Ativismo judicial?”.
Serão Erdogan e Maduro irmãos gêmeos?
Se tem uma coisa que seria cômica se não fosse um absurdo é manifestação contra a violência policial que acaba com os participantes atacando a polícia…
(CACALO KFOURI)
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No UOL
“Barroso: Direito penal ineficiente levou a(XXX)(à) corrupção generalizada
Obs.: – Entre as várias regras cretinas que há nos “dogmas” da escrita no jornalismo existe uma que reza “não se põe artigo em título”. bobagem da grossa, como se pode ver no título. Nele está escrito que o Direito deficiente levou, ganhou, obteve a corrupção, uma vantagem! Já escrito em linguagem de gente, com crase, está estabelecida a consequência. Mas, para notar isso, há que pensar, animal em extinção. Claro que o título está no UOL, abrindo-se o link, um título decente: “Barroso diz que direito penal ineficiente fomentou corrupção generalizada”.