O fim do tormento Tricolor. Blog do Mário Marinho
Fazia 16 anos que o velho Tricolor não levantava um caneco.
Uma eternidade para um time que se acostumou às conquistas grandes, pequenas, imensas. Conquistas e ponto final.
Está na história a época das grandes conquistas.
São daquela época os Mundiais conquistados em 1992, 93 (e, mais tarde, em 2005).
Também as Libertadores de 1992 e 1993.
O Brasileirão de 1991.
Os Paulistas de 1991, 1992 e depois 1998, 2000 e, o último, em 2005.
Nessa época corria uma piada que contava que nas celebrações de missas quando o padre levantava o cálice para a bênção, os presentes começavam a cantar o hino do São Paulo, tão acostumados que estavam com as conquistas de taças.
Daí o Tricolor entrou em longa fase de dolorido jejum.
Estabeleceu-se no Tricolor terrível crise administrativa. Crise que veio de cima para baixo e, claro, pegou e esmagou o time em campo.
Aconteceram desastradas sucessões de técnicos. Emprego que, historicamente, era seguro, o cargo de técnico do São Paulo passou a ser de risco. De alto risco.
Todo esse calvário terminou ontem no Morumbi. É o que se espera, pelo menos.
Assumiu a direção do Clube um presidente centrado, arejado, com a cabeça no lugar: Júlio Casares.
Foram 17 técnicos em 10 anos.
Casares tomou a sábia decisão de contratar Muricy Ramalho, cuja história está umbilicalmente ligada ao São Paulo, para o cargo de Gerente do Futebol, mas muito mais do que isso.
Muricy foi um dos responsáveis pela contratação do técnico Hernán Crespo.
E aí chegamos aos dias atuais.
Em três meses de trabalho, o discreto e elegante argentino conseguiu dar tranquilidade ao seu time, padrão de jogo, despertou a garra de seus jogadores e chegou ao título que os jovens com menos de 16 anos não tiveram chance de comemorar.
Com todos os méritos, o São Paulo chegou à decisão.
No primeiro jogo, aceitou e participou galhardamente da partida de xadrez que foi o jogo do Allianz Parque.
Ontem, 23, no Morumbi, passados os primeiros momentos em que o Palmeiras se impôs, o Tricolor tomou conta do jogo.
É verdade que o primeiro gol nasceu de um lance de sorte. Mas e daí?
O que se viu na sequência foi um manda, o Tricolor, e o outro, obedece, o Verdão.
O segundo gol, de Luciano que entrou no segundo tempo, foi a repetição de um desenho usado exaustivamente pelo adversário: um contra-ataque rápido, certeiro, fulminante.
E ainda houve o gol perdido por Sara, daquele que, nos tempos de meninos, a gente dizia: até minha vó fazia esse gol.
Sem o peso da falta de títulos que carregou, o Tricolor está mais livre para alçar voos mais longos, como a Libertadores e o Brasileirão.
O time parece estar agora vacinado contra a peste que o acometeu nos últimos anos.
Espera-se que a vacina tenha 100% de eficácia.
Nos
Estados.
No sábado, o meu América deixou escapar o título de campeão mineiro, ao ficar no 0 a 0 com o Atlético que, por ter melhor campanha ao longo da competição, jogava pelo empate.
E jogou mesmo. Tratou de não fustigar o adversário e cozinhou o meu Coelho como se fosse um galo: em fogão à lenha, lentamente.
O título foi justíssimo.
Para o Coelho, fica a lição: time que não chuta a gol não ganha, no máximo, empata e perde o título.
A rigor, o único chute a gol foi o pênalti. E, mesmo assim, na trave.
Também no sábado, o Flamengo, time pelo qual eu torci apaixonadamente quando era criança e morei no Rio de Janeiro, conquistou o título estadual com a vitória sobre o Fluminense.
Que tristeza ver um Fla-Flu histórico e decisivo com o Maracanã sem público.
Ontem, em Porto Alegre, o Grêmio empatou com o Internacional e ficou com o título gaúcho, já que havia vencido o primeiro jogo.
Em Pernambuco, o Náutico acabou com um tabu de 53 anos, venceu o Sport e sagrou-se campeão.
No Ceará, o Fortaleza ficou no 0a 0 com o Ceará e tornou-se tricampeão estadual.
Na Bahia, a inédita final no Interior do Estado terminou com a virada do Atlético de Alagoinhas, 3 a 2, em cima do Bahia de Feira de Santana.
No Mato Grosso, o Cuiabá ficou em 1 a 1contra o Operário e conquistou seu 10º título Estadual.
No Pará, o Paysandu venceu a Tuna Luso, 4 a 1, e comemorou seu 49º título de campeão do Estado.
Corinthians
Já tem técnico
Depois das recusas de Renato Gaúcho (que, se aceitasse, em minha opinião, seria um bom negócio para os dois) e Cláudio Aguirre, o Corinthians acerta com seu ex-lateral, Sylvinho, para dirigir o time.
Sylvinho jogou no Corinthians de 1994 a 1999, ano em que foi negociado com o inglês Arsenal. Na Europa, jogou também no Celta, de Vigo, Barcelona e encerrou a carreira de jogador no Manchester City, em 2010.
Como técnico, teve passagem por alguns clubes, inclusive o Timão, como auxiliar técnico. Cargo que exerceu também na Seleção Brasileira, de 2016 a 2019 com o técnico Tite.
Dirigiu também o francês Lyon e atualmente morava em Portugal.
Como se vê, Sylvinho é bastante rodado para os seus 47 anos.
Veja o show de gols e de títulos estaduais
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Mário Marinho – É jornalista. É mineiro. Especializado em jornalismo esportivo, foi durante muitos anos Editor de Esportes do Jornal da Tarde. Entre outros locais, Marinho trabalhou também no Estadão, em revistas da Editora Abril, nas rádios e TVs Gazeta e Record, na TV Bandeirantes, na TV Cultura, além de participação em inúmeros livros e revistas do setor esportivo.
(DUAS VEZES POR SEMANA E SEMPRE QUE TIVER MAIS
NOVIDADE OU COISA BOA DE COMENTAR)
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