Luthor chegou com seu transtorno! Por Josué Machado

LUTHOR CHEGOU COM SEU TRANSTORNO!

Por Josué Machado

Ele tem a cara do inimigo do Super-Homem, fez coisas no mínimo suspeitas, conseguiu o melhor emprego do universo e repete um estranho “ééé” no meio de seus discursos.

lex-luthor

Quem leu as aventuras do Super-Homem em histórias em quadrinhos, na infância ou não, deve se lembrar de um dos maiores inimigos do Homem de Aço – Lex Luthor, um adversário cheio de truques malignos.

Pois Luthor tem um sósia brasileiro bem conhecido, o ex-ministro da Justiça e agora aprovado ministro do STF, Alexandre de Moraes. Isso não significa que o Luthor nacional seja do mal.

Mas todos sabemos que, para ingressar no STF e obter um dos melhores empregos do universo, ele foi aprovado pela Comissão de Justiça do Senado composta por treze elementos – Lobão à frente –, dez dos quais investigados por malfeitorias variadas e com os quais se confraternizou, sempre exibindo seu sorriso luthoriano.

No entanto, quiseram atrapalhar sua ascensão ao Paraíso das Togas só porque descobriram:

  1. que sua tese de doutorado condena a indicação para o STF de quem exerce cargo de confiança no Poder Executivo — como ele.

  2. que seu livro “Direitos Humanos Fundamentais”, 1997, contém trechos integralmente copiados do livro “Derechos Fundamentales e Principios Constitucionales”, 1995, do jurista espanhol Francisco Rubio Llorente.

Não importa, porque essas são histórias conhecidas e detalhadas na internet.

E sem força para impedir a ascensão de Luthor, pois seus ínclitos julgadores esperavam um troquinho. Como não estamos no Japão, nem na Coreia do Sul, nem num país nórdico, Luthor foi aprovado!

Novidade curiosa talvez seja lembrar uma característica personalíssima de nosso Luthor.

Desde que escolhido por Lulia, Luthor pouco falou porque estava na muda, mas quando fala, a voz meio elevada, nota-se um estranho cacoete em seu discurso titubeante tatibitate: pequenas pausas marcadas por um hesitante “é” grudado à palavra anterior, como para engrenar melhor os pensamentos ou arejar o cérebro cansado de Luthor aguerrido:

“Os eminentes senhores senadores(é…) merecem todo o nosso respeito(é…) porque foram eleitos pelo voto popular(é…) e estão sempre prontos(é…) a cumprir com o dever, como deles se espera(é…) em todas as suas atividades(é…), dentro e fora do Senado!”

E assim por diante.

Mas isso também pouco importa, pois parece tratar-se de um pequeno transtorno neurofisiológico irreprimível. Transtorno, sim; irreprimível, sim, mas inofensivo.

Não fará diferença porque o STF já reúne criaturas um tanto estranhas, como qualquer ajuntamento humano, aliás. Exemplos? Gilmar Bocarra, Marco Aurélio Gongórico Mello e outros.

Um a mais…

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JOSUE 2Josué Rodrigues Silva Machado, jornalista, autor de “Manual da Falta de Estilo”, Best Seller, SP, 1995; e “Língua sem Vergonha”, Civilização Brasileira, RJ, 2011, livros de avaliação crítica e análise bem-humorada de textos torturados de jornais, revistas, TV, rádio e publicidade.

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