Você paga. Eles vivem numa boa. Por Josué Machado
VOCÊ PAGA. ELES VIVEM NUMA BOA.
Por Josué Machado
Talvez nem todos saibam que todos pagamos a manutenção dos partidos políticos em ação no país: são 35 mamando, nham, nham, nham, na leiteria do Estado, isto é do povo.
O Brasil tem o estupendo número de 35 quadrilh…, isto é, 35 partidos políticos registrados no TSE. Todos recebem financiamento do Fundo Partidário.
Nos EUA há 71 partidos, mas que se sustentam com arrecadação própria. Apenas dois se alternam no poder: Democrata e Republicano. E nenhum, pequeno ou grande, recebe dinheiro de impostos, como ocorre aqui.
Conclui-se então que 35 partidos sustentados com dinheiro público talvez seja recorde universal.
Mesmo assim parece haver por aqui pessoas que sentem falta de opção ideológica.
Não seja por isso: há mais vinte, sim, VINTE quadrilh, isto é, partidos à espera do número mínimo de assinaturas para juntar-se à seleção e receber a parcela adequada do FUNDO PARTIDÁRIO – a bufunfa básica com que se mantêm para manter acesa e bem alta a chama da Democracia Brasileira.
Em 2015, o Fundo imposto pelo virtuoso Congresso e pago pelo povão foi de 867,5 milhões – o triplo do ano anterior. É o Bolsa-Partido que a presidentA sancionou. Não quis ou não pôde vetar.
Os partidos recebem os recursos com que se sustentam, pagam suas sedes e funcionários, de acordo com o número de representantes eleitos. Portanto, mais recebe quem mais representantes elege. Representantes do povo, claro.
Mas há também o incontrolável “por fora” que sempre existiu e ficou mais claro com mensalões, trensalões e petrolões. Porque, embora o STF tenha proibido a contribuição oficial de empresas e bancos, só o bom Deus inventaria um jeito de controlar o “por fora” como tem chovido desinteressadamente até agora.
Que ninguém pense que os partidos, com seus donos e patronos, são formados para outra finalidade que não a de servir à Pátria e ao Povo. Nem muito menos para enriquecer quem quer que seja por meio dos recursos do Fundo Partidário e de “contribuições” variadas. Sim, porque todos os recursos obtidos são aplicados para o bem comum e, não, mil vezes não, para o bem dos donos e patronos partidários.
Se um ou outro “dono” ou patrono de partido enriquece com o progresso da legenda, será apenas circunstancialmente e talvez por acaso.
Coincidência, talvez.
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Josué Rodrigues Silva Machado, jornalista, autor de “Manual da Falta de Estilo”, Best Seller, SP, 1995; e “Língua sem Vergonha”, Civilização Brasileira, RJ, 2011, livros de avaliação crítica e análise bem-humorada de textos torturados de jornais, revistas, TV, rádio e publicidade.