Verdão: Campeão para ninguém botar defeito. Coluna Mário Marinho
Verdão: Campeão para ninguém botar defeito
COLUNA MÁRIO MARINHO
É muito comum ao final de uma competição, os torcedores adversários procurarem problemas, defeitos, pelinhos na campanha do campeão.
Porém, o Palmeiras já entrou campeão no estádio do Barradão, no domingo, e com um time quase reserva. Mas, como de hábito, ganhou e jogou bem.
Fecha o ano como legítimo campeão.
E não há o que contestar.
Os números são fortes.
Ao final de 38 rodadas, o Verdão venceu 24 jogos (14 em casa e dez fora); oito empates (quatro em casa, quatro fora); seis derrotas (uma em casa e cinco fora). Com 80 pontos conquistados e 70% de aproveitamento.
Com 24 vitórias, o Verdão empatou com o Cruzeiro (2014) e o Corinthians (2015) no maior número de vitórias conquistadas desde que o Brasileirão tem 20 times (2003).
Mas, a campanha do Verdão vai além disso. Teve também o melhor técnico do Brasileirão: Cuca.
Pena que perdeu o técnico para o ano que vem, já que Cuca anunciou um ano de descanso ao lado da família.
Cuca encontrou um Palmeiras conturbado dentro e fora de campo. Mistura de estrategista, psicólogo e paizão, soube conduzir seu time rumo à vitória. O Verdão passou a ser um time bem estruturado em campo, com esquemas táticos bem definidos, jogadas ensaiadas (o que é raríssimo no futebol brasileiro de hoje) – tudo isso somado à garra, à entrega dos jogadores.
Além do melhor técnico, tem também o craque do Brasileirão, Gabriel Jesus que, infelizmente, já pertence ao futebol inglês.
Os bons números não param por aí.
Nos 19 jogos disputados em sua bela arena, o Palmeiras tornou-se o recordista de público com 32.471 pagantes em média. Foi também o primeiro colocado no público total do Brasileirão: 616.947.
Apenas a título de curiosidade, o segundo colocado foi o Corinthians, com média de 28.764 pagantes e total de 546.516.
Em terceiro, o Internacional (que a torcida tanto empurrou) com 25.422 de média e 483.010 no total.
Em quarto, Flamengo, 24.542 de média e 466.302 no total.
Em quinto, São Paulo com 22.513 de média e 427.746 no total.
Faltou
muita coisa
Não ouvi grande lamentos de corintianos pelo fato de o time não ter conseguido uma vaga na Libertadores.
Talvez, até um certo alívio.
O corintiano não gosta de admitir que o time é ruim, mas, em conversas separadas, ainda que meio a contra gosto, muitos admitem: foi justo.
Alguns vão mais longe: melhor assim, do jeito que está não passaria nem pelo Tolima.
Efetivamente, 2016 não foi um ano feliz para o timão.
Perdeu muitos jogadores no começo do ano e depois, perda maior, o técnico Tite para a Seleção Brasileira.
E aí começaram os enganos de uma diretoria que parece perdida.
No lugar do Tite, então o melhor técnico do futebol brasileiro, veio Cristóvão Borges, de pouca história e muita apatia.
A torcida não gostou.
Os resultados, ruins, acabaram por derrubar Cristóvão.
O presidente Roberto de Andrade pisa na bola outra vez e nomeia do auxiliar técnico Fábio Carille e diz que ele permanecerá até o fim do ano no cargo.
Ou seja: iria esperar até o fim do ano para contratar um técnico definitivo que seria encarregado do planejamento para 2018.
Absurdo.
Tão absurdo que, faltando nove rodadas para o final do Brasileirão e sentindo que a vaca se encaminhava celeremente para o brejo, foi contratado Osvaldo de Oliveira.
Mas a vaca já se encaminhara decidida e firmemente em direção ao lamaçal.
Ufa!, ainda
bem que terminou.
Como era de se esperar, meu América fez campanha regularíssima: começou e terminou na lanterna. Foi o time que menos venceu: apenas sete jogos em 38 disputados.
A massa do Coelho mostrou sua força: nos jogos disputados em casa, Estádio Independência, a média de público foi de 3.353 pagantes (10% do público palmeirense).
__________________________________________
Mario Marinho – É jornalista. Especializado em jornalismo esportivo foi durante muitos anos Editor de Esportes do Jornal da Tarde. Entre outros locais, Marinho trabalhou também no Estadão, em revistas da Editora Abril, nas rádios e TVs Gazeta e Record, na TV Bandeirantes, na TV Cultura, nas rádios 9 de Julho, Atual e Capital. Foi duas vezes presidente da Aceesp (Associação dos Cronistas Esportivos do Estado de São Paulo). Também é escritor. Tem publicados Velórios Inusitados e O Padre e a Partilha, além de participação em livros do setor esportivo
(DUAS VEZES POR SEMANA E SEMPRE QUE TIVER MAIS NOVIDADE OU COISA BOA DE COMENTAR)