Está difícil ver e ler. Cacalo, na mira, por nós
Finalmente, Renan afastado da presidência do Senado, mas não saiu, enfrentou o STF, com apoio de seus iguais. Então, que algum colega satisfaça a curiosidade minha e do leitor, fazendo algumas perguntas capitais. Dizia o cronista social Ibrahim Sued, citado aqui dia desses, “que em sociedade tudo se sabe.”. Pois bem, Renan (Jucás, Sarneys, Malufs, Barbalhos, Collors, Cunhas, Maias etc.) estão na sociedade parlamentar há séculos, presume-se, então, que todos tudo sabem sobre eles. E ainda assim votam neles para presidi-los ou para fazer parte de comissões ou serem líderes de partido? Será a prova provada de que, com raríssimas exceções, são todos farinha do mesmo saco? E o eleitor, não sabe o que seu candidato fez? Vários dos pulhas foram cassados ou se afastaram para não serem e depois conseguiram a reeleição. Se a imprensa não martelar com insistência que o eleitor é corresponsável pela bandidagem de quem elege o país não terá solução. Não adianta ira para as ruas protestar e votar em picaretas depois.
Na Folha de S.Paulo (6), a propósito do afastamento de Renan Calheiros: Caciques cogitam entrar, em nome da instituição, com um pedido de suspensão do ato à presidente do STF, Cármen Lúcia. “É uma decisão gravíssima”, reage Jorge Viana (PT-AC), sucessor imediato de Renan. Farinha do mesmo saco, sem dúvida. O indigitado é aquele que sugeriu a Lula que desacatasse Sergio Moro para que fosse preso e virasse um heroico “preso político”.
A imprensa é alvo de muitas críticas, é golpista, é parcial, é vendida, é o diabo a quatro. Não concordo, apesar de achar que há setores dela que merecem os epítetos, mas, esses, curiosamente, são considerados de primeira qualidade pelos que disparam os xingamentos. A crítica que a imprensa merece não tem sido feita, está cada vez mais preguiçosa, esqueceu-se da prestação de serviço ao leitor. Os cadernos de economia, por exemplo, cuidam somente dos grandes assuntos, às vezes gastam um caderno noticiando que a empresa tal comprou a rival. Mas, deixa de lado o que afeta diretamente o bolso do leitor. Perto de casa (no bairro da Lapa, São Paulo) tem (em jornalismo moderno é “possui”) um mercado de nome Chocolândia, no qual uma embalagem de Paçoquita pesando 1,137 kg, com 65 rolhas de paçoca, custa R$ 13,99. Também perto de casa, está uma loja do Pão de Açúcar, onde uma embalagem de Paçoquita, 350 g, com 16 rolhas, custa R$ 11,25, ou seja, cada unidade custa R$ 0,70. No outro, R$ 0,21! Se os solertes repórteres deixassem as redações, fossem às ruas – os lugares adequados – levantariam centenas de casos como esse, prestariam um serviço aos cidadãos, que descobririam que não estão indo ao lugar de gente feliz…
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Gastam-se milhões em empresas para aprovar o desenho de uma embalagem, discutem-se detalhes que não passariam pela cabeça de simples mortais, “gênios” se reúnem durante semanas até que saia o OK! Mas, como o Demo mora nos detalhes, escapam barbaridades. Vejam esta na garrafa do refrigerante:
1,5 litros! Pelamordedeus, caras-pálidas, 1,5 litro.
(CACALO KFOURI)
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