O Brasil, atordoado. A imprensa, atabalhoada
Foi lançado, em relação ao desastre com o avião da LaMia, o campeonato mundial de “a culpa não foi minha”, “eu não sabia”, “fala com ele”. Além de o festival de erros, agora, tem-se o de pusilanimidade.
Não dá para saber se Temer mudou de ideia e resolveu ir ao velório ou se a imprensa criou um fato. A explicação dele, de que se tivesse dito que iria, exigiria a revista de todos os presentes por parte da segurança da Presidência da República pode ser verdadeira, mas também pode ter sido uma saída quando teria se arrependido da ideia de não ir. O fato é que ele foi.
Articulistas, um da Folha (no sábado) e um do Estadão (no domingo), lastreados em documentos na ONU, mostram que o milagre “fidelista” em relação à saúde e educação dos cubanos não é bem como alardeado, a ditadura de direita de Fulgencio Batista deixou tudo muito bem encaminhado para a de esquerda. Pelo, jeito, vão restar para o Comandante as milhares de mortes e o desastre econômico.
Não são só os políticos que pensam que o povo é idiota, os publicitários estão se esmerando para ultrapassá-los, é um tal de anúncio mais sem pé e nem cabeça que o outro. Publicidade não afeta as pessoas da mesma forma, eu, por exemplo, mesmo que consuma um produto há anos e vejo um anúncio “engraçadinho, ‘criativo’”, deixo de comprá-lo na mesma hora. Não quero que ninguém pense que comprei por causa do anúncio.
A partir de hoje (5), o paulistano que quiser estacionar seu carro em uma Zona Azul será vítima de um assalto e, também de um absurdo. Explico: vítima de um assalto porque os cartões perderam a validade, só será possível com o uso de um app a ser baixado em smartphone.
Por que assalto? Porque o reembolso dos cartões restantes em mãos dos usuários será feito no valor de R$ 4,50 e eles custaram R$ 5,00! Por que absurdo? Porque a prefeitura partiu do princípio – errado – de que quem tem carro tem smartphone! Resultado, institucionalizou os flanelinhas, que estão vendendo o direito de estacionar por R$ 6,00. –E o fecho de ouro de uma das mais incompetentes gestões municipais dos últimos tempos. E a imprensa se houve muito mal no episódio, deveria ter martelado no assunto, cobrando as autoridades municipais, cobrando promotores de Justiça da Cidadania para que tomassem providências.
Caramba, mais uma perda, Ferreira Gullar.
(CACALO KFOURI)
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