A nova cor do futebol. Coluna Mário Marinho
A nova cor do futebol
COLUNA MÁRIO MARINHO
Não é verde, não é vermelho, não é preto nem branco.
Muito menos a mistura das cores: alvinegro, rubronegro, tricolor, alviceleste – o futebol tem a cor da solidariedade.
Tomara que a solidariedade que se espalhou pelo mundo na tragédia da Chapecoense não seja apenas momentânea, não seja apenas emocional.
Foi muito bonito ver o mundo inteiro se solidarizando.
Fiquei fortemente tocado pelo minuto de silêncio observado em um jogo da Europa.
Primeiro, o minuto durou exatamente um minuto. Aqui no Brasil, estamos acostumados com minutos de silêncios que não passam de 30 segundos.
Segundo, e mais importante, o minuto foi realmente de silêncio.
A torcida em pé, jogadores de cabeça baixa ao centro do campo, alguns rezando outros de olhos fechados – enfim, todos concentrados e respeitando o momento.
Infelizmente, não respeitamos as homenagens que são prestadas antes dos jogos de futebol.
Nossa torcida não tem a cultura da paciência e do respeito.
Pede-se um minuto de silêncio e os tambores das torcidas ditas organizadas rufam como se estivessem no sambódromo.
Toca-se o hino nacional para mínima minoria cantar junto e a grande maioria continuar com seus tambores e atabaques.
E quando o hino é do adversário, além do barulho desrespeitoso, costumamos ouvir incivilizadas vaias.
Quem sabe, nessa hora tão trágica, possamos aprender algumas lições.
As homenagens estão realmente muito bonitas. Mas, é preciso passar da emoção para a ação.
Alguns times estão se organizando em louvável ação: emprestar jogadores para a Chap sem nenhuma despesa. É prático e eficiente.
Atualmente, o clube tem apenas 11 jogadores. Precisa, no mínimo, o dobro. E se os clubes doadores puderem arcar com as despesas, um tanto melhor, para dar tempo do remonte do time e das finanças.
Deixar a Chape ficar três anos sem o risco de cair é também atitude louvável e prática.
Agora, é preciso pensar também nas famílias.
Elas precisam não só do amparo psicológico, da solidariedade, mas também do amparo material para sobreviverem.
A milionária CBF poderia destinar às famílias o mesmo prêmio que dará ao campeão brasileiro de 2016, o Palmeiras: R$ 17 milhões.
A CBF distribuirá cerca de R$ 60 milhões aos times, assim distribuídos:
Campeão – R$17 milhões
Vice-campeão – R$10,7 milhões
3º colocado – R$7,3 milhões
4º colocado – R$5,3 milhões
5º colocado – R$3,85 milhões
6º colocado – R$2,6 milhões
7º colocado – R$2,25 milhões
8º colocado – R$1,95 milhões
9º colocado – R$1,7 milhões
10º colocado – R$1,5 milhões
11º colocado – R$1,3 milhões
12º colocado – R$1,15 milhões
13º colocado – R$1 milhão
14º colocado – R$900 mil
15º colocado – R$800 mil
16º colocado – R$700 mil.
É muita grana e ainda sobra muito nos abarrotados cofres da CBF.
Por falar
em campeão…
Já está nas bancas o pôster do Palmeiras campeão brasileiro de 2016 da On Line Editora.
É um trabalho que fiz ao lado do também jornalista Sílvio Natacci, contando toda a vitoriosa trajetória do Verdão, os números, o perfil do Mestre Cuca.
Se você é palmeirense, não pode perder esse pôster. Se você tem um amigo palmeirense, ele vai gostar do presente. Com certeza.
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Mario Marinho – É jornalista. Especializado em jornalismo esportivo foi durante muitos anos Editor de Esportes do Jornal da Tarde. Entre outros locais, Marinho trabalhou também no Estadão, em revistas da Editora Abril, nas rádios e TVs Gazeta e Record, na TV Bandeirantes, na TV Cultura, nas rádios 9 de Julho, Atual e Capital. Foi duas vezes presidente da Aceesp (Associação dos Cronistas Esportivos do Estado de São Paulo). Também é escritor. Tem publicados Velórios Inusitados e O Padre e a Partilha, além de participação em livros do setor esportivo
(DUAS VEZES POR SEMANA E SEMPRE QUE TIVER MAIS NOVIDADE OU COISA BOA DE COMENTAR)