Que delícia! Coluna Mário Marinho
Que delícia!
COLUNA MÁRIO MARINHO
Como é bom ver a Seleção jogando o fino do futebol.
Como é bom ver nossos jogadores jogando com criatividade, soltos, longe do engessamento dos tempos do Dunga.
Como é bom ver a Seleção marcando três gols.
E fica ainda muito melhor quando isso acontece contra a Argentina!
Confesso que temi pelo nosso destino nos primeiros minutos. Sabe aquela coisa? Mineirão, Alemanha, 7 a 1, Messi, Argentina… Pois é. Sei que é neura, mas é difícil se livrar.
Porém, aos 24 minutos veio o belíssimo gol de Philipe Coutinho. Não só o gol foi bonito, como o passe de Neymar foi magistral.
Quem não viu ainda o lance, há de perguntar: foi de letra? De chapéu? Caneta? Bicicleta? Não nada disso.
O passe foi magistral pela simplicidade: apenas um toque, um toque de primeira que deixou desorientados os marcadores do Neymar e do Philipe.
E a conclusão de Philipe, alto, no canto esquerdo do goleiro. Golaço!
A partir daí, o jogo ficou brasileiro, em ritmo de samba.
Aos 45 minutos, Gabriel Jesus que correu muito e apareceu pouco, fez um passe na medida para Neymar.
E o craque não decepcionou: o goleiro argentino caiu para o canto direito e a bola entrou no canto esquerdo.
Veio o segundo tempo e Argentina resolveu se lançar ao ataque.
Foi quando a defesa se mostrou com a devida competência.
Para a alegria dos 53 mil torcedores que estavam no Mineirão, a Seleção resolveu se exibir: Neymar, em noite de Teatro Municipal, deu dribles, deu chapéus, levou pancada e tomou conta do espetáculo.
Mas não foi só Neymar. Desde o goleiro Alisson com defesas importantes a Gabriel de Jesus (e depois Firmino, seu substituto que perdeu pelo menos duas boas chances para marcar) o time jogou como se deve jogar, com seriedade e alegria.
Paulinho marcou o terceiro, numa jogada começada por Renato Augusto.
3 a 0 foi bom demais, mas, não seria nenhum exagero se chegasse aos 5 a 0.
Veja os melhores momento.
https://youtu.be/nZCdsgcOCj0
Pobre
futebol rico
Todo garoto sonha em ser jogador de futebol. Seus pais, tios, avós sonham junto dele. Sonham com a fama e os milhões que virão.
Mas a realidade do futebol brasileiro não é bem assim.
Pesquisa da CBF, concluída no final de 2015, mostra que mais de 80% dos jogadores ganham, no máximo, até R$ 1 mil mensais.
De acordo com a pesquisa, feita pela Diretoria de Registro e Transferência da CBF, o Brasil tem 28.203 jogadores sob contrato no futebol, sendo 83 estrangeiros. Desses, 23.238 atletas recebem até R$ 1 mil.
Ainda segundo o relatório, apenas um jogador ganha mais de R$ 500 mil. A CBF não revela nomes.
O país tem, sempre de acordo com a pesquisa, 776 times profissionais, 435 amadores e 27 formadores.
Em 2015, 1.212 jogadores se transferiram do Brasil para o exterior, enquanto 648 chegaram ao país.
Veja números da pesquisa abaixo
Salários dos jogadores
Até R$ 1.000,00: 23.238 (82,40%)
R$ 1.000,01 até R$ 5.000,00: 3.859 (13,68%)
R$ 5.000,01 até R$ 10.000,00: 381 (1,35%)
R$ 10.000,01 até R$ 50.000,00: 499 (1,77%)
R$ 50.000,01 até R$ 100.000,00: 112 (0,40%)
R$ 100.000,01 até R$ 200.000,00 78 (0,28%)
R$ 200.000,01 até R$ 500.000,00: 35 (0,12%)
Acima de R$ 500.000,01: 1 (0,00%)
Como a pesquisa da CBF foi feita com base nos salários de 2015, esse único acima dos R$ 500 mil mensais podia ser o Pato que ganhava cerca de R$ 800 mil no São Paulo (que dividia a conta com o Corinthians).
Mas, no ano passado outros jogadores ultrapassavam o teto dos 500 mil: D’Alessandro, do Internacional; Diego Cavalieri e Fred, do Fluminense; Guerrero, do Flamengo são alguns deles. Vágner Love, então no Corinthians, ganhava exatos R$ 500 mil.
Não são salários ruins…
__________________________________________
Mario Marinho – É jornalista. Especializado em jornalismo esportivo foi durante muitos anos Editor de Esportes do Jornal da Tarde. Entre outros locais, Marinho trabalhou também no Estadão, em revistas da Editora Abril, nas rádios e TVs Gazeta e Record, na TV Bandeirantes, na TV Cultura, nas rádios 9 de Julho, Atual e Capital. Foi duas vezes presidente da Aceesp (Associação dos Cronistas Esportivos do Estado de São Paulo). Também é escritor. Tem publicados Velórios Inusitados e O Padre e a Partilha, além de participação em livros do setor esportivo
(DUAS VEZES POR SEMANA E SEMPRE QUE TIVER MAIS NOVIDADE OU COISA BOA DE COMENTAR)
MMarinho. Eu que ando descrente de nosso futebol arte, tive uma noite iluminada. A “garotada” jogou muita bola e poderia ter sido construido um placar histórico. Lembrei-me da seleção de 70 ” sem centro avante” . Não vou entrar no mérito sobre o que se passa com a seleção argentina. Está velha? Técnico superado? Desinteresse dos jogadores? Onde está o famoso toque de bola dos gringos? Seja o que for, problema deles.