Mutatis mutandis redux redux
Há uma semana postei o comunicado do Reserve Bank of Australia. Vejam agora o comunicado do RBNZ acerca de sua decisão de manter a taxa de juros inalterada.
The Reserve Bank today left the Official Cash Rate (OCR) unchanged at 2.5 percent. The New Zealand economy has performed relatively well while headline inflation has increased somewhat since the June Statement. At the same time, however, global economic and financial risks have increased.
Domestic economic activity has surprised on the upside and capacity usage appears to have increased. Continued high export commodity prices and, in time, reconstruction in Canterbury are expected to provide impetus to demand over the projection horizon. However, the outlook for New Zealand’s trading partners has deteriorated markedly. There is now a real risk that global economic activity slows sharply.
Global financial market sentiment has also deteriorated. Sovereign debt concerns in Europe and the weakened global outlook have caused international bank funding markets to tighten. If conditions do not improve, New Zealand bank funding costs will increase.
Largely because the New Zealand economy has been doing better than many others, the New Zealand dollar has appreciated since the June Statement. The high level of the New Zealand dollar is having a dampening influence on some parts of the tradable sector and on imported inflation.
Annual headline CPI inflation continues to be above the Bank’s 1 to 3 percent target band. However, much of the current spike in inflation has been driven by last year’s increase in the rate of GST, and will therefore be temporary. Wage and price setters should focus on underlying inflation, which, while rising, is currently estimated to be near 2 percent.
If recent global developments have only a mild impact on the New Zealand economy, it is likely that the OCR will need to increase. For now, given the recent intensification in global economic and financial risks, it is prudent to continue to hold the OCR at 2.5 percent.
Este pessoal não tem SAMBA no pé.
"O SAMBA da minha terra deixa a gente mole…"
qual é a taxa de juros real por lá mesmo?
A inflação lá está em 5,3% em doze meses (até junho). Há um ano atrás estava em 1,7%.
Chega a ser patético você querer invocar esse exemplo para comparar com a "imperícia" do BCB.
De um lado, Austrália, Suécia e Nova Zelândia (diga-se de passagem, os grandes BCs do regime de meta de inflação).
Do outro, Brasil.
Hmmmm …
Olá Alex
Bem que você poderia gastar um post com o SAMBA (texto para discussão 239 do BACEN).
Abraços
Mauricio
Tem mais:
o Banco Central da NZ baixou a taxa de juros em março em 0,5 p.p., quando a inflação acumulada em 12 meses estava em clara tendência de alta. O que diriam os "sábios" do mercado sobre essa imperícia do BCNZ? Diriam que o governo estava enterrando de vez a meta de inflação?
http://www.rbnz.govt.nz/monpol/statements/0090630.html
http://www.rbnz.govt.nz/statistics/econind/a3/data.html
Alex, não entendi a sua colocação, os dados de inflação da Nova Zelandia são estes aqui:
http://www.tradingeconomics.com/new-zealand/inflation-cpi
A inflação lá beira os 5.3% com tendência de subida para uma taxa de juros de 2,5%. Aqui temos uma inflação de 6.5% com tendência ainda não definida, mas juros de 12%
Só pensando nos juros, se o BC brasileiro imita-se o da Nova Zelandia teríamos uma queda brutal na selic. O que seria muito ruim.
Eu me arrisco a dizer sem pesquisar que a maioria dos Bancos Centrais vão ou manter as taxas de juros ou subir pouco, enquanto a inflação sobe por pressões do quadro recessivo que se aproxima e muito país ficará como Nova Zelandia com juros bem abaixo da inflação.
Abs
"gastar um post com SAMBA"… rs…. um bom tempo diga-se de passagem…. rs… eu gastei um tempo analizando outro texto anterior a esse (texto para discussão 204 do BACEN)… achei o paper excelente. Mas falar que as taxas de juros são decididas com base nesse modelo ja é demais. eu não acredito nisso…. o paper precisa de umas dezenas de parâmetros que, por vários motivos, ainda não foram estimados para a economia brasileira.. ou seja… acadêmicamente a discussão é ótima, mas há uma série de hipóteses teóricas que ainda precisam ser analizadas, principalmente com relação a hipótese de rigidez de preços.
abraço a todos
Lá a expectativa de inflação não é ascendente, gira perto de 2,5%/3%; ou seja eles estão mantendo juros zero pelo fraco crescimento de 1,5%. Mas não há nenhum medo da inflação acelerar. Mesmo sem o samba daqui, a política de meta de inflação tanto lá como em outros lugares do mundo está meio de lado já saindo da frente do palco.
Fernando A.
"A inflação lá está em 5,3% em doze meses (até junho). Há um ano atrás estava em 1,7%.
Chega a ser patético você querer invocar esse exemplo para comparar com a "imperícia" do BCB."
A inflação no Brasil há um ano (ago/10 para comparar com ago/11) estava em 4,5%; agora está em 7,2%…
E daí que a taxa de juro lá é menor? O que interessa é a taxa observada em cada país versus a taxa neutra.
Seu argumento não foi patético; foi pateta mesmo.
"A inflação lá beira os 5.3% com tendência de subida para uma taxa de juros de 2,5%. Aqui temos uma inflação de 6.5% com tendência ainda não definida, mas juros de 12%"
1) A inflação não está em 6,5%, mas 7,2%.
2) repito: o que interessa é o juro observado em relação ao neutro. Ninguém sugeriu que a taxa de juros neozelandesa se aplica ao Brasil, nem vice-versa.
Abs
alex, divirta-se:
http://g1.globo.com/carros/noticia/2011/09/carros-importados-de-fora-do-mercosul-terao-ipi-maior-diz-mantega.html
Ummm,
Nem baixa a taxa de juros nem substitui importações… Para a NZ pode-se prever um futuro:
( )com empobrecimento e doença holandesa às custas de inflação baixa
( )com alto padrão de vida e exploração de vantagens comparativas, combinado com controle inflacionário.
Diga-me a tua resposta que te direi que tipo de economista és!
Prezado Alex,
Agora entendi completamente a sua colocação. Mesmo assim, o caso Nova Zelandia fico que o neutro é estranho, já que pelo menos aqui o BC subiu os juros, e poderia até invocar que agora está corrigindo algo pensando no novo cenário.
Abs
Só o "nem substitui importações" já mostra o tipo de economista que o Anônimo das 23:01 é!
Eu peguei uma doença holandesa nas docas de Auckland. Maldita ovelha!
Oi pessoal,
Ninguém vai falar do novo livro do Dionisio Dias Carneiro e o Thomas Wu?
http://www.grupogen.com.br/ch/prod/9723/3452/0/politica-macroeconomica—a-experiencia-brasileira-contemporanea.aspx
Comments welcome!!!
Alex
Depois de Manteiga ter sonhado com Prebisch e criado esta maluquice de aumentar o IPI da indústria automotiva para protegê-la, você concordaria que poderia ocorrer o mesmo na época das "substituições de importações",qual seja, sem concorrência tecnológica, por conta do desnível de preços entre o nacional e o importado, as montadoras ficariam mais ricas e os automóveis voltariam a ser carroças comparados com os fabricados no exterior.
Fiquei sabendo do lançamento do livro hoje no Rio. Sendo de quem é, deve ser muito bom!
Quem tiver comentários a respeito, por favor, os mande.
Porque reclamar do aumento no IPI para veículos importados? Os carros nacionais vendidos aqui já vem até com banco e pneu inclusos! Coitada das montadoras, estão com pouco dinheiro, não podemos exigir muito delas, se não ameaçam demitir 20% do quadro de funcionários.
Me sinto um completo idiota…