Verdadeiro ou falso?

A pedidos, a análise do artigo de João Sicsú. Como expediente didático, é uma beleza. Como análise econômica é uma coleção única de atrocidades.

Inflação de demanda e inflação de juros

João Sicsú

Em 2008, não houve inflação de demanda. Inflação de demanda ocorre quando a capacidade de realizar compras de uma economia é maior que a sua capacidade de produzir o que é desejado. Nessas condições, os empresários elevam os preços diante da impossibilidade de aumentar quantidades ofertadas. Cabe ser observado, contudo, que a identificação de uma situação de inflação de demanda deve ser feita de forma agregada, ou seja, olhando-se o conjunto da economia. Um fato isolado de aumento de preços por aumento de demanda não pode caracterizar uma economia contaminada por inflação de demanda. Aumento de preços em um setor de forma isolada é apenas um sinal de mercado, necessário, que atrai investimentos para aquele nicho.

O que aconteceu recentemente na economia brasileira?

(1) De 2006 a 2008, a taxa de crescimento do investimento foi superior entre 2 e 3 vezes a taxa de crescimento do PIB. Isto significa oferta crescendo mais velozmente que a demanda.

Verdadeiro ou Falso?

Falso, é claro. Já tratei deste assunto aqui (http://www.chumbogordo.com.br/2007/11/13/tese-tabajara/), mas vale a pena voltar e explorar em detalhes a afirmação cretina.

Investimento certamente eleva a oferta, mas é também demanda, Aliás, como o investimento (exceto no mundo maravilhoso de Sicsú) requer tempo para se materializar em nova capacidade, ele é demanda antes de ser oferta. De acordo com estimativas que fiz com Cristiano Souza em 2007, pelo menos em termos de nova capacidade industrial, o melhor modelo indicava um prazo de 13 meses entre o investimento e a sua transformação em capacidade produtiva adicional.

Deixemos, porém, de lado um instante a questão nada trivial da defasagem e examinemos com mais cuidado a afirmação acima: investimento crescendo mais rápido que o PIB implica oferta crescendo mais velozmente que a demanda.

Concretamente o investimento em 2006 equivalia a algo como 16,4% do PIB. De lá para cá (período de 4 trimestres terminado em 3T08) o PIB cresceu 11% e o investimento 28%, o que sugere a relação investimento/PIB aumentando (1,28/1,11-1=15%), isto é, de 16,4% para 18,8% do PIB. Vale dizer, o investimento aumentou o equivalente a 2,4% do PIB e a pergunta é: quanto a mais de crescimento potencial resulta de 2,4% a mais de investimento?

Se outras contas que eu e Cristiano Souza fizemos forem corretas, cada ponto a mais de investimento como proporção do PIB gera algo em torno de 0,2% do PIB a mais de crescimento. Isto é, teria havido um ganho da ordem de 0,5% a.a. (levando em consideração a margem de erro isto pode ser um valor entre 0,35% e 0,60% a.a.).

Bom, entre 2006 e 3T08 o crescimento do PIB veio de 4,0% para 6,3%, um aumento de 2,3% a.a., superando largamente qualquer incremento do PIB potencial que pudesse resultar da maior taxa de investimento. Para que 2,4% do PIB a mais de investimento virassem 2,3% a.a. a mais de crescimento potencial seria necessário que cada ponto a mais de investimento se tornasse (imediatamente) um ponto a mais de crescimento potencial. Se isto fosse verdade, o país teria condições de crescer quase 19% a.a. (com uma taxa de investimento de 18,8% do PIB).

Antes que me apontem a diferença entre o retorno marginal e médio do capital (o que interessa é o marginal e no parágrafo anterior usei o médio), noto que um retorno marginal do capital na casa de 100% (necessário para que 1% do PIB a mais de investimento se transforme em 1% a.a. a mais de crescimento potencial), requereria um retorno médio ainda maior, ou seja, poderíamos crescer, de acordo com a peculiar lógica quermesseira, mais de 19% a.a.

(2) A massa salarial como proporção do PIB vinha caindo de forma acentuada nos últimos anos. Cálculos preliminares indicam um estancamento desta queda no ano de 2008. Em outras palavras, a capacidade de compra dos trabalhadores (demanda) relativamente ao que era produzido pela economia (oferta) estava diminuindo.

Verdadeiro ou Falso?

Falso.

Para começar, os dados estão errados (segundo a PME-IBGE [tinha escrito PIM, mas o Martin Deschaps percebeu o erro] a massa de salários aumentou 29% de 2003 para cá, no mesmo período o PIB cresceu 26%). Mas suponhamos que estejam certos. Desde quando demanda só vem da massa salarial? Aliás, se parcela crescente vinha do investimento, qual a relevância da massa salarial?

A lembrar também que o consumo cresceu a taxas superiores ao PIB nos últimos 14 trimestres, de 2T05 a 3T08 (5,8% contra 4,9%). Não bastasse isto, os dados mostram a demanda doméstica cresceu mais rápido que o PIB no mesmo período (6,4% contra 4,9%).

(3) Houve a partir de 2004 um crescimento do crédito como proporção do PIB. A trajetória de crescimento tornou-se mais acentuada a partir de junho de 2007. De 2007 a 2008, o crédito para pessoa física cresceu, como proporção do PIB, de 10% para 12,5%. No mesmo período, o crédito para pessoa jurídica mais o crédito direcionado (BNDES, crédito agrícola etc.) cresceu de 20% do PIB para 25%. Isto significa, grosso modo, que o crédito para o lado da oferta crescia a uma velocidade muito maior que o crédito para o lado da demanda.

Verdadeiro ou Falso?

Falso.

Em primário lugar, de acordo com os valores acima ambas as modalidades cresceram à mesma taxa (25%).

Isto dito, suponhamos que as leis da matemática tenham mudado e o crédito para produção tenha mesmo crescido mais rápido que o crédito para o consumo. Do ponto de vista empírico acabamos de ver que a demanda doméstica, apesar da ginástica sicsuniana cresce mais rápido que o PIB. Também vimos que não basta o investimento crescer mais que o PIB para fechar a diferença entre crescimento do PIB efetivo e potencial. Ou seja, mesmo que os números estivessem certos (e não estão), a conclusão não se segue do argumento.

(4) O nível de utilização da capacidade instalada da indústria (NUCI) atingiu, em 2008, seu nível mais elevado 83,5%. Este foi um sinal positivo e necessário para que novos planos de investimento fossem implementados. Isto não significa, contudo, que a capacidade de produção da indústria estava se esgotando. Cabe ser lembrado que a produtividade do trabalho cresceu aproximadamente 10%, entre 2006 e 2008, uma taxa record. A produção pode ser aumentada quando o NUCI e/ou a produtividade aumentam. O NUCI, analisado isoladamente, não pode explicar absolutamente nada sobre a capacidade de ofertar da indústria.

Verdadeiro ou Falso?

Falso de novo (se fosse o exame do Ipea seria uma barbada, mas teríamos que marcar tudo verdadeiro). A começar porque não há sinais da produtividade do trabalho crescendo a 10%. A produção da indústria de transformação cresceu 6% em 2007 e 4,7% até Nov-08. Pelos dados da CNI as horas trabalhadas na indústria cresceram 3,6% em 2007 e 5,4% em 2008, o que sugeriria um aumento de produtividade da ordem de 2,4% em 2007 e -0,7% em 2008. Segundo a CNI, porém, salários reais médios aumentaram 5,1% em 2007 e 5% em 2008, bem acima do ganho de produtividade, o que implica custos unitários crescentes.

Além disto, não é esquisito que o aumento de utilização seja “um sinal positivo e necessário para que novos planos de investimento fossem implementados”, mas, ao mesmo tempo, não signifique “que a capacidade de produção da indústria estava se esgotando”. Para que estavam investindo mesmo?

Mais importante do que isto, porém, é a afirmação: “o NUCI, analisado isoladamente, não pode explicar absolutamente nada sobre a capacidade de ofertar da indústria.” Aqui precisamos de um investimento pequeno para entender o erro.

Imagine que a produção seja função dos serviços de capital (K, com participação a) e trabalho (L, participação (1-a)), com produtividade B aplicada ao trabalho, isto é:

Y = K^(a) x (BL)^(1-a)

O produto potencial (Y*) seria:

Y* = K*^(a) x (BL)*^(1-a), onde K* e L* são os níveis de pleno emprego de capital e trabalho. Logo a relação entre produto efetivo e potencial (y=Y/Y*) é:

y = k^(a) x (1-u)^(1-a), onde “k” é o NUCI e “u” a taxa de desemprego.

Se a produtividade cresce, é possível que o produto cresça com o NUCI (k) inalterado, pois o produto potencial cresce junto. Se, porém, k está se elevando, é sinal que o aumento da produtividade não é suficiente para evitar uma utilização mais elevada do estoque de capital. Portanto, sim, o NUCI é uma estatística suficiente para descrever a capacidade de oferta da indústria.

(5) O saldo em transações correntes tornou-se negativo em 2008. A conta de transações correntes é composta, grosso modo, de duas grandes partes: saldo comercial com o exterior e remessas de lucros e dividendos. O saldo comercial se reduziu drasticamente, mas continua positivo. Isto significa que a economia brasileira exporta parte do que produz. O que tornou o saldo em transações correntes negativo foi um problema estrutural da economia brasileira: a remessa de lucros para exterior de multinacionais é capaz de ser maior que todo o esforço de exportações da economia. Portanto, não é verdadeira a conclusão de que se gasta tanto que se consome tudo que é produzido aqui e ainda compra-se o que é produzido no exterior.

Verdadeiro ou Falso?

Falso de novo! (Está ficando chato).

Vamos usar os dados de contas nacionais, em particular aquilo que, no secretíssimo site do IBGE (SIDRA), é definido como capacidade de financiamento.

De início, as rendas de propriedade enviadas e recebidas (juros, lucros e dividendos) caíram de valores próximos a 3% do PIB em 2005 para 2,4% do PIB nos quatro trimestres até 3T08. Na verdade, no período 2006-2008 observa-se a menor remessa líquida referente a rendas de propriedade (2,4% do PIB entre 2006-2008 comparado com 3,2% do PIB entre 2000-2005). Qual a mágica? Nenhuma; apenas lembrar que o aumento da remessa de lucros foi compensado pela queda da remessa de juros e pelo aumento do PIB. Em bom português, o tal “problema estrutural” não existe.

Não bastasse isto, é só observar a evolução da despesa doméstica total. Em 2005 era 96,4% do PIB (consumo 60,3%, consumo público 19,9% e investimento 16,2%). Em 2008 99,7% do PIB (consumo 60,8%, consumo público 19,8% e investimento 18,8%). Como contrapartida do aumento da demanda doméstica 3,7% do PIB, as importações líquidas aumentaram 3,3% do PIB (o restante foi financiado pela diminuição da remessa líquida de rendas da propriedade, como já vimos).

Obviamente, foi o aumento do investimento que levou ao crescimento da despesa doméstica, o que não é um desenvolvimento ruim. No entanto, se tivesse sido acompanhado de redução do consumo público, não teria implicado aumento das importações líquidas no mesmo montante, mas Sicsú acredita que o governo deve gastar mais, não menos.

(6) As despesas totais do Governo Federal, como proporção do PIB, têm caído. Em 2006, eram 34,1%, e em 2007, foram 31,5%. Em 2008, as despesas realizadas entre janeiro e novembro totalizaram 25,5%. Sendo assim, o governo tem reduzido a sua demanda em relação à oferta total de bens e serviços da economia.

Verdadeiro ou Falso?

Falso (alguém ainda está surpreso?). Pelo que acabei de mostrar, o consumo público se mantém praticamente inalterado na casa de 20% do PIB. Se, porém, formos usar os dados de gasto consolidado (incluindo transferências a pessoas) que apresentei aqui (http://www.chumbogordo.com.br/2009/01/07/nanismo-estatal-e-outras-tolices/), a conclusão é que o gasto público primário teria aumentado de 30,5% do PIB em 2006 para 31,3% em 2007 e, usando os dados parciais da união e estados (sem municípios), teria chegado a 31,6% do PIB em 2008 (na verdade, até 3T08), ou seja, um aumento de 1,1% do PIB.

O que caiu no período foi o gasto com juros nominais: -0,9% do PIB, mas isto curiosamente não se menciona. Se fizer a conta com o juro real, então, a queda é ainda maior: de 5,5% do PIB em 2006 para 0,7% do PIB nos 12 meses até setembro de 2008.

A inflação que houve em 2008 foi causada principalmente por um choque de efeito passageiro do item alimentos. A inflação de 2008 foi de 5,9%. A inflação do item alimentos foi de 11,1% e a inflação de todos os demais itens foi de 4,4%. Resumo da ópera: se os alimentos tivessem se comportado como os demais preços, a variação do IPCA no ano teria sido inferior ao centro da meta perseguida pelo Banco Central, que é 4,5%. Os preços não subiram em 2008 por excesso de demanda, os números comprovam. O que houve, em 2008, foi “inflação” (aumento) de juros causada exclusivamente por excesso de demanda por sua elevação.

Verdadeiro ou Falso?

Falso, é claro. Já explorei este assunto aqui (http://www.chumbogordo.com.br/2008/05/14/inflao-e-o-p-de-feijo/), mas volto a ele.

Comecemos pela seguinte afirmação: “a inflação que houve em 2008 foi causada principalmente por um choque de efeito passageiro do item administrados. A inflação de 2008 foi de 5,9%. A inflação do item administrados foi de 3.3% e a inflação de todos os demais itens foi de 7.1%. Resumo da ópera: se os administrados tivessem se comportado como os demais preços, a variação do IPCA no ano teria sido superior ao teto da meta perseguida pelo Banco Central, que é 6,5%.” A semelhança é, claro, intencional.

Obviamente, se tirarmos da inflação o que mais sobe, o que sobra é mais baixo. Da mesma forma, se tirarmos da inflação o que menos sobe, o que resta é mais alto. É, em última análise, um exercício cretino.

Uma visão mais isenta levaria procuraria levar ambos em conta usando uma medida de núcleo. O núcleo que retira os efeitos de alimentação e administrados, porém, registrou a bagatela de 6,1% de inflação em 2008, bem acima da meta.

A notar que esta medida no final de 2007 era 4% (3,6% em 2006), acelerando para 6,1% a partir de maio de 2007. Aliás, o IPCA sem alimentação no domicílio também acelerou muito, vindo de 3% em maio de 2007 para 5,1% em 2008. Vale dizer, a inflação de não-alimentos, ainda que inferior à inflação cheia, também veio subindo, mas este fato foi solenemente ignorado.

A “inflação” (aumento) de juros de 2008 não tinha justificativa técnica. Para 2009, há justificativas técnicas evidentes para uma forte “deflação” (redução) dos juros. Crises não são situações para serem enfrentadas com conservadorismo que, neste momento, é sinônimo do cúmulo da moleza: “correr sozinho e chegar em segundo”. Portanto, é hora de “deflacionar” (reduzir) rapidamente os juros para que estes alcancem logo um dígito. Manter juros de dois dígitos em tempo de crise é amar o risco de morrer.

Verdadeiro ou Falso?

Para não perder o costume, falso. Por tudo que foi visto acima, dos sinais claros de excesso de demanda a todos os dados acerca da aceleração da inflação, claro que havia justificativa técnica para a elevação de juros. Obviamente, com base em 7 pressupostos falsos pode-se chegar a uma conclusão falsa, mas um pouquinho de respeito aos números, à análise econômica, e à inteligência do leitor desmonta a tese sem maiores dificuldades. Só não dá para tratar de tanta coisa errada num único artigo com 3500 caracteres de limite.


P.S. Devo o título do post ao Márcio Garcia.

205 thoughts on “Verdadeiro ou falso?

  1. Não deixa de ser desolador ter que ler artigos como esse diariamente nos jornais. Quanto mais quando escritos por economistas.

    Na esfera acadêmica brasileira, a situação é muitas vezes embaraçosa. A “evidência empírica” a que o Oreiro faz referência em seu artigo no Valor vem de um artigo publicado na REP. Meu Deus! Como isso foi publicado?? Faltam controles na revista de produção acadêmica de Economia.

    Deve ser em prol da diversidade de pensamento.

  2. Pait,

    o comportamento do Krugman ao comentar as opiniões dos que discordam dele é bem leviano. Ele pinça trechos dos artigos e os tira do contexto e nao demonstra de forma clara onde estariam os erros que fazem das pessoas “boneheads”. Alem disso, esse pessoal que tanto incomodo causa a ele, nao tem nada de estupido.

  3. Mais do mesmo : o deus da economia gasta os dedos fazendo cálculos e mais cálculos, tentando mostrar que o mundinho em que vive seu ego enorme é o mesmo que os dos simples mortais, e que suas incríveis conclusões são verdades absolutas ( que saia do caminho quem divergir ) . E claro, termina de forma épica seu artigo, defendendo, adivinha… juros nas alturas ! Somente os baba-ovos de plantão para defender suas conclusões.

  4. “Assegurar a segurança do sistema exige que a competição entre os bancos deva ser suprimida. Ademais, as questões de diretrizes sobre para onde o crédito deve ser canalizado são aspectos de grande importância econômica, social e política. Assim, é racional a propriedade pública do sistema bancário e de crédito e, na verdade, necessária, juntamente com o controle democrático.”

    Óbvio. Quem não quer o Banespa de volta??

  5. “Mais do mesmo : o deus da economia gasta os dedos fazendo cálculos e mais cálculos, tentando mostrar que o mundinho em que vive seu ego enorme é o mesmo que os dos simples mortais, e que suas incríveis conclusões são verdades absolutas.”

    Oba: a ausência de panacas acaba de ser resolvida.

  6. Voltando um pouco ao que o Kléber S. tinha dito sobre a China nos comentários do outro post, saiu isso hoje na FSP: “Mas Roubini traz argumentos aos quais todo o público do fórum em Davos (que começa na quarta) prestará atenção, já que ele se tornou a principal atração dos encontros de janeiro. Roubini diz que o método de cálculo do PIB na China é diferente, feito ao ano, não trimestre a trimestre, como no resto do mundo. Se a taxa anualizada foi de 6,8%, “então o crescimento real foi zero ou até negativo” [no trimestre outubro-dezembro], escreve em seu blog”. Em relação à FSP, é impressão minha ou o conteúdo vem melhorando? Antigamente eu só lia as colunas, pois as matérias eram superficiais, na minha opinião da época. Agora que voltei a dar uma olhada, não estou achando mais tanto isso. Ou seja, ou estou com algum problema ou o nível está subindo… Alguém sabe me dizer? Abraços!

  7. Cacete… O Sicsu eh pior do que eu pensava….

    Otimo para usar em provaem questoes do tipo: encontre os muitos erros do texto.

    Assinado. Leitor ortodoxoo do blog que prestou o concurso do ipea e teme ser perseguido na entrevista.

  8. Alex, na seguinte parte:

    “Comecemos pela seguinte afirmação: “a inflação que houve em 2008 foi causada principalmente por um choque de efeito passageiro do item administrados. A inflação de 2008 foi de 5,9%. A inflação do item administrados foi de 3.3% e a inflação de todos os demais itens foi de 7.1%. Resumo da ópera: se os administrados tivessem se comportado como os demais preços, a variação do IPCA no ano teria sido superior ao teto da meta perseguida pelo Banco Central, que é 6,5%.” A semelhança é, claro, intencional.”

    No texto do Sicsú está escrito “alimentos” onde você escreveu “administrados”, e seguiu o raciocínio para os administrados. Isso está confuso, acho que merece uma correção.

  9. “No texto do Sicsú está escrito “alimentos” onde você escreveu “administrados”, e seguiu o raciocínio para os administrados. Isso está confuso, acho que merece uma correção.”

    Adolpho:

    Era para ser irônico, i.e., mostrar que o mesmo argumento poderia ser estruturado com foco em outro grupo de produtos (no caso administrados ao invés de alimentos) levando à conclusão diametralmente oposta.

    Não pareço ter sido muito feliz na execução.

  10. Alex qual a “mágica” para o Brasil ter 45 bi de IED?

    Brasil não teve nenhum grande avanço na areá microeconômica.

    Quando Você estava no BC Brasil recebia 18 bi de IED.

  11. “Alex qual a “mágica” para o Brasil ter 45 bi de IED?”

    1. Euforia desmedida quanto aos precos dos commodities.

    2. Saida do Alex do banco central.

    3. Joao Sicfu no IPEA, sinalizando que politicas de crescimento vao ser adotadas no futuro (nada como expectativas de aumento do tamanho do Estado para despertar os animal spirits dos empreendedores!).

    “O”

  12. Sério agora, o número está um pouco superestimado (houve troca de ações da CSN com uma empresa japonesa – se não me engano – em dezembro) que adicionou uns US$ 3,5 bi.

    Mas a resposta é, em parte, o que o “O” salientou sobre as commodities (os investimentos no setor primário em 2008 bateram algo como $12 bi, incluindo o que mencionei acima).

    Fora isto, há o tamanho do Brasil e a história de estabilidade (enquanto deixarem os caras como Sicsú no Ipea, beeeemm longe da formulação de política econômica).

  13. TIO “O”

    A grafia correta e’ CSIFU, e nao SICFU.

    GABRIEL

    Os artigos que eu li mencionaram 6.8 pct como crescimento trimestral. Evidentemente que se o numero e’ anual, minha observacao sobre a “nebulosidade” nao procede. Mas de qualquer forma corrobora a enorme discrepancia entre um numero (crescimento alegadamente trimestral) e outro (consumo energetico).

    Aqui no Barakistao tivemos uma pantomima muito engracada agora ha’ pouco na TV. O messias deu posse ao sub. Em seu discurso, ele meteu a boca em tudo o que aconteceu de errado em Uaustriti no passado recente que desmbocou nessa depressao. Ele so’ esqueceu que o sub-messias, como presidente do Fed-NY estava no olho do furacao e tinha autoridade para impedir que muitos dos fatos nefastos citados pelo nosso guia acontecessem. Mas tudo bem, ele agora e’ da tchurma, num e’ mesmo cumpadres? Amanha o Krug escevera’ um artigo falando boas lorotas a respeito do mocoilo.

    Por falar em Krug, meu sonho e que algum louco o contrate para ser CEO (CFO tambem serve) de alguma mega-empresa listada em bolsa. Vou ficar milionario…
    Ate’ pagaria o hotelzinho em Cubatao para os pombinhos em lua.

    Um abraco de quebrar costela

    Kleber S.

  14. E VIVA O POOOORCOOOO!

    Com seu novo presidente, o economico Gazaga Bellezza, que se entender de futebol como entende de economia levara’ o suino da avenida Brahma para a segundona!

    Um abraco de quebrar costela

    Kleber S.

    PS: O Luxa que se cuide pra que a Civilizacao Alviverde nao o cubra de “carinho” outra vez!

  15. Impressionante mesmo Henrique. Infelizmente é tanto que não dá para mostrar tudo num artigo curto.

    Mas não dá para deixar passar. Gente assim tem que ser desmascarada.

  16. Mais impressionante que a quantidade de besteiras é ver que tem até jornalistas, ditos economicos, que repetem essa papagaiada cheios de razão.

    Mogli

  17. i – o caso do CSIFU não pode ser só burrice, é falta de honestidade intelectual mesmo

    ii – voce pega uma votação em 4 a 3, sendo que na prática seu voto é/pode ser também o de desempate..
    realmente, o que era hawk virou dove

  18. Fala Alex,
    Tenho acompanhado o seu blog já faz um tempo. Fiquei com uma dúvida nessa daí. “Isto significa, grosso modo, que o crédito para o lado da oferta crescia a uma velocidade muito maior que o crédito para o lado da demanda.”
    Eu achava que o crédito ia para investimento ou consumo e ambos não seriam Demanda?
    Abraço e continue surrando esses pterodoxos.
    Victor

  19. Adorei! Coloquei no meu blog. Realmente esse pessoal tem que ser combatido. O que eu nao entendo eh como elees tem tando espaco no jornal Valor Economico. So nesse triste Brasil nosso jornal financeiro eh tomado de besteriras pseudo-keynesianas
    abrc tony volpon

  20. “Coloquei no meu blog. Realmente esse pessoal tem que ser combatido. O que eu nao entendo eh como elees tem tando espaco no jornal Valor Economico.”

    Dica: a irma do Luis Patif eh uma das editoras do Valor Economico. Precisa dizer mais?

  21. Tony, você deveria aparecer mais em congressos e em revistas acadêmicas ao em vez de achar que faz boa crítica em cima de contas do Alex…

    O Sicsú não é um pseu-keynesiano. Nem por isso um keynesiano como ele advogar que a inflação no Brasil não foi de demanda serve de base para desqualificá-lo ou atribuir à idéia a todo keynesiano…

    O espaço na mídia deve ser plural, inclusive para receber suas “opiniões”…

    Shalom!

    Moshe Dyen.

  22. Alex,

    desculpa ter usado este espaço praticamente apenas para comentar, ou tirar dúvidas, sobre a crise la fora, mas dada a simplicidade com que voce e outros comentaristas daqui desmontam as teses da turma da unicamp, ufrj e etc., sobra muito pouca duvida sobre o que é valido.

    Alex, Kleber e outros, vcs podem comentar o post do Krugman no qual ele defende os gastos como estimulo para a recuperaçao mesmo com a demonstraçao de que a maior parte deles ocorrera apos o fim(estimado, e isso ele nem contrapoe) da recessão?

    ele cita, inclusive, as reduçoes dos juros além de 2001, e a manutençao das txs ate 2004 como comportamento padrao para corroborar a tese dele. bem, mas nao foi exatamente esse o combustivel para essa ronca chegar as proporçoes atuais?

  23. Alex,

    Eu tive a infelicidade / felicidade de ser direcionado ao seu blog. Tenho que dizer:
    Felizmente você é uma minoria entre os economistas. Mais ainda esta fadado ao ostracismo , no mínimo 9 anos, do pensamento econômico brasileiro.
    Para sustentar minha posição veja: Só com palavras não se criam empregos _ Governador de São Paulo José Serra dia 25/01/2009 jornal O Globo.

    Se tiver coragem, comente….

  24. ARLEQUIM

    O Krug e’ o Csifu do Barakistao. Ele tem um vies ideologico e pronto. Nao ha’ o que a esquerda possa fazer que seja errado.

    Alias, se o neguinho aqui estiver certo, a recessao acabou na primeira semana de outubro 2008. No dia 8 comecou a depressao.

    Tenho repetido aqui inumeras vezes que o Prano B num ta’ cum nada. Nao vai resolver o problema, mas pode muito bem criar outro. Acho que as ideias absurdas vem de caras que nunca trabalharam em empresas privadas na vida deles. Pricing power e’ criado a partir do mercado, nao do banco central. Voce acha que existe algum Sales VP em qualquer empresa americana hoje que esteja apresentando sua nova tabela de precos – mais altos – pro seu chefe, baseado no argumento de que o Billy ta’ fazendo quantitave easing?

    “Boss, here is the deal: Billy the Ben just started quantitave easing last week, which will be rasing the inflation pretty soon. I am kicking up the prices 5 pct from tomorrow on. You, know boss, jumping on the bandwagon ASAP!”

    “Wow, very good, Mr. Brown! I like peope with initiative! By the way, how is the orders intake so far this month?”

    “40 pct below last year’s.”

    “Miss Wright, would you please call Mr. Carter to my office. Together with Big Joe. What for? To fire this crazy son-of-a-bitch I have over here and throw him out in the street before he does any damage to the company.”

    O erro conceitual dos keynesianus – encarnados no pensamento economico do Bobama – e’ que basta o governo sair gastando e todo mundo vai conseguir sair desta numa boa. Num vai nao, Arlequim.

    Veja um exemplo recentissimo. A Chrysler acabou de anunciar uma firesale de todos os seus produtos menos um. Tudo a preco de licho, financiado a 0 interest. Vai resolver o seu problema? Naaaaao. Vai fod_r com as outras? Vaaaaai. Agora imagine o seguinte: caso o governo tivesse deixado a tchurma se lascar, a C provavelmente estaria fechando hoje. E a Ford poderia entao parar de vender os seus carros a preco de licho tambem.

    Mas isso parace ser muito esoterico para essa cambada entender.

    O governo entao nao deveria fazer nada, absolutamente nada? Tambem nao e’ bem assim. Ele deveria estender o seguro-desemprego de seis para pelo menos 18 meses e nacionalizar os bancos cujo patrimonio liquido zere. Estao ensaiando a moda do “banco podre”. Em principio os bancos criariam “banquinhos podrinhos”, como o Citi anunciou na semana anterior, pra depois o governo encampar tudo num banco podrao. E ai’ os bancos se safariam com a parte lucrativa. Mas va’ ser imoral assim no raio que o parta. Conforme expus aqui algumas vezes, os bancos cometeram um erro cavalar quando nao chamaram capital no segundo semestre de 2007, enquanto suas acoes ainda valiam alguma porra. Agora estao a nenem. E segundo o Rubini, o tamanho do rombo futuro e’ muito maior que todo o equity somado. Entao ja’ que o contribuinte vai ficar no preju, que ele tenha algum lucro tambem.

    Um grande abraco

    Kleber S.

  25. Prezado Arlequim,

    publico aqui o mesmo comentário ao texto do Krugman que postei no espectro econômico. Em parte, eu fui convencido pelo Keber S em outro post nesse blog. Não sei se minha opinião interessa, de qualquer forma ai vai.

    li o texto pois o Krugman é um dos meus colunistas favoritos, alguns pontos.

    1) Mau-caratismo é algo bem distribuído por todos os ângulos da dimensão humana. Há gente de direita que maquia contas, como há de esquerda. Isso acontece na economia como acontece na física ou em qualquer meio.

    2) A principal crítica aos heterodoxos brasileiros (meu Deus essa discussão de novo) é a relutância de alguns em submeter suas teorias à análise dos dados. Assim não se faz ciência, se faz retórica.

    3) Problemas diferentes, remédios diferentes. Os EUA, assim como o Brasil estão em recessão. Só que eles estão com deflação. Nós ainda não. Nada mais justo para eles do que um política fiscal expansionista. Nesse sentido o plano do Obama não tem nada de heterodoxo e está condizente com as metas de inflação.

    4) Dado que você quer fazer política fiscal expansionista, socorrer devedores imobiliários é uma forma ruim de fazê-lo, assim como criar empregos indiretos. Pior ainda é dar 200bi dos contribuintes nas mãos do BNDES para socorrer empresas. Muito melhor é política do Japão que resolveu dar dinheiro para as pessoas.

    http://www1.folha.uol.com.br/folha/dinheiro/ult91u494840.shtml

    abs.

  26. Alex você foi favor das medidas “heterodoxas” adotadas pelo BCB em 2002 para evitar a corrida por dólar?

    Diminuir o poder de alavancagem dos bancos para “especular com o dólar”.

  27. “Felizmente você é uma minoria entre os economistas. Mais ainda esta fadado ao ostracismo , no mínimo 9 anos, do pensamento econômico brasileiro.”

    Ainda bem que sou minoria: certamente meu valor aumenta. E, quanto ao ostracismo, eu ouvi este papinho há cerca de sete anos. De lá para cá virei diretor do BC, de bancos, fui convidado para seminários, entrevistas, etc, etc. Pensando bem é um ostracismo bem chato…

    “CADÊ A CORAGEM?”

    Certamente não está com quem se esconde atrás de Anônimo.

  28. Kleber e Tiago, muito obrigado!

    minha impressao é muito próxima a do Kleber. a posição dele, Krug, assim entendo, é partidaria, ideologica. sendo quem ele é, e pelo espaço que tem, limita muito o debate, deixa de esclarecer pontos interessantes.

    abraços,

  29. Alex eu acho que você não entendeu porque as privatizações aumentaram a dívida pública.

    Se você comparar o valor que elas foram vendidas com seu valor atual vai ver que a dívida pública aumentou,o valor que elas valem hoje é maior que no passado por isso podemos afirmar que houve perdas de arrecadação e aumento na dívida pública.

    Com relação o governo poderia promover muito bem um “choque de gestão” nesses empresas,existem exemplos de empresas estatais que não eficientes. BB,CEF,Petrobras (se fosse ineficiente não lançaria um programa de investimento de 150 bilhões de dólares,BNDES (se fosse ineficiente não teria 100 bilhões de rais no seu caixa).

  30. “Se você comparar o valor que elas foram vendidas com seu valor atual vai ver que a dívida pública aumentou,o valor que elas valem hoje é maior que no passado por isso podemos afirmar que houve perdas de arrecadação e aumento na dívida pública.”

    Não gabriel, quem ainda não entendeu foi você. Não sei o que seus professores (que aparentemente aprovaram este argumento) te ensinaram, mas análise econômica NÃO é: era assim, ficou assim, portato isto, isto e aquilo.

    Análise econômica envolve pensar o que teria ocorrido se tal decisão tivesse sido tomada (no caso se a decisão de privatizar não tivesse sido tomada). Vou dar um exemplo simples: a Vale foi privatizada; a Petro não.

    Em 1997 quando a Vale foi privatizada ela valia cerca de 1/3do que valia a Petro. Nos três últimos anos ela valia 2/3da Petro.

    Obviamente as histórias são diferentes, mas há vários pontos em comum: commodities, exportações, etc. Ainda assim o valor da Vale aumentou 2x mais rápido que o valor da Petro. Isto é, se a Vale não tivesse sido privatizada o valor dela muito provavelmente não teria subido tantnto qunato subiu.

    Segundo conceito que você não aprendeu: custo de oportunidade. Quanto custa a dívida e quanto é o retorno destas empresas. O ROE da Petro nos últimos 11 anos foi inferior ao custo da dívida.

    “Petrobras (se fosse ineficiente não lançaria um programa de investimento de 150 bilhões de dólares,BNDES (se fosse ineficiente não teria 100 bilhões de rais no seu caixa).”

    Se fosse eficiente teria feito um programa maior e antes que o petróleo tivesse caído de preço,

    Quanto aos $ 100 bi do BNDES, você é burro ou se faz de burro: o dinheiro não é do BNDES. É dinheiro meu, seu e nosso EMPRESTADO para o BNDES, assim como será o dinheiro usado para cobrir os micos que aparecerão no balanço da instituição.

  31. alex, fugindo do debate, a vale cresceu unica e somente pelo fator china e o tipo de extracao que temos por aqui, comparar vale e petrobras mostra o tamanho da sua mediocridade,

    nao comentar o fator china demonstra o quanto esta contaminado a suas analises.

  32. ” vale cresceu unica e somente pelo fator china e o tipo de extracao que temos por aqui, comparar vale e petrobras mostra o tamanho da sua mediocridade”

    Cretinão:

    Imagino que na sua cabecinha a China não teve qualquer papel na elevação do preço do petróleo. Por algum motivo que só o Teco entende, a China apenas consome minério de ferro; mas não petróleo. Este é o milagre chinês.

    Quanto ao tamanho da minha “mediocridade”, eu não me gabo, mas sua mãe bem que gosta…

  33. “Quanto aos $ 100 bi do BNDES, você é burro ou se faz de burro: o dinheiro não é do BNDES. É dinheiro meu, seu e nosso EMPRESTADO para o BNDES, assim como será o dinheiro usado para cobrir os micos que aparecerão no balanço da instituição.”

    Q micos? O BNDES é muito seletivo nas concessões e crédito, além de ter boa saúde financeira.

    Em 2007:

    Inadimplência / Carteira Total: 0,11% em 2007

    Retorno sobre o Patrimônio Líquido Médio (LL / PL médio): 33,23%

    Patrimônio Líquido s/ Ativos Total: 12,30%

    A média da indimplência do setor bancaário comercial é em torno de 5% (está aumentando). Daí já dá pra ver que a sua fala não tem base na realidade.

  34. Brasil poderia fazer controle de agregados monetários para controlar a inflação,ele é mais eficiente que taxa de juros.

    O Banco Central deveria prestar mais atenção no M1.

  35. “Em 2007:

    Inadimplência / Carteira Total: 0,11% em 2007

    Retorno sobre o Patrimônio Líquido Médio (LL / PL médio): 33,23%

    Patrimônio Líquido s/ Ativos Total: 12,30%

    A média da indimplência do setor bancaário comercial é em torno de 5% (está aumentando). Daí já dá pra ver que a sua fala não tem base na realidade.”

    Prevejo um futuro brilhante para você no departamento de risco.

    Uma sólida análise estatística, baseada em múltiplas observações, sob condições variadas da economia. Com tudo isto você já está qualificado a lavar as privadas do departamento(mas precisa usar luva, viu? e aquela aguinha não é pra beber…).

  36. P.S. A inadimplência contempla as dívidas renegociadas de gigantes como a Dinheiro (Muito) Vivo e outros baluartes do empresariado nacional, ou isto aparece como ativo de boa qualidade?

  37. GABRIEL

    Feche os olhos e repita comigo:

    “EU SEI QUE SOU ASSIM. MAS EU HEI DE MELHORAR”

    Repita o ato a cada 60 segundos, por tres meses. Resultado garantido, Gabi.

    ANALISTA ECONOMICO

    E’ isso que eu quero ser na proxima encarnacao. Tipo analista de Bage’. A economia vai mal? Joelhaco nela! O consumidor nao esta’ consumindo? Joelhaco nele.
    E assim por diante. Para alguns frequentadores do meu blog, eu daria um joelhaco no estomago, e quando ele se curvasse eu encheria sua boca com alfafa. Tecnica do morde-e-assopra, sabecumequie…

    Um abraco de quebrar costela

    Kleber S.

  38. “P.S. A inadimplência contempla as dívidas renegociadas de gigantes como a Dinheiro (Muito) Vivo e outros baluartes do empresariado nacional, ou isto aparece como ativo de boa qualidade?”

    Isso importa?

    Para o BNDES quebrar, as empresas pra quem ele empresta tem q dar calote. Sobre o departamento de risco deles, eu não sei quem trabalha lá, mas estão fazendo um bom trabalho. Essa turbulência financeira não afetou a saúde financeira do banco (aliás, nem arranhou — vc pode fazer stress test no seu pc, mas a vida real prova quem aguenta a tormenta e quem não). A qualidade da carteira é a melhor q as empresas brasileiras permitem. Essas informaçoes do comentário de cima estao no site da instituiçao.

    Vamos fazer assim: os bancos públicos que tem a inadimplencia menor que as dos bancos privados quebram e eu dobro a língua, ok? 2009 vai ser um ano longo…

  39. Além do mais, o BNDES foi resgatado/quebrou no final da década de 90? o LTCM com seus gênios das finanças nos seus departamentos de risco foi. O BNDES foi resgatado/quebrou em 2008? Preciso contar quantos bancos muito bem (cof cof) administrados correram pras saias do governo americano, europeus, etc etc? Aliás, uma rápida inspeção no google mostra que o chefe do departamento de risco do BNDES é Fabio Giambiagi, aquele mesmo.

    Acorda.

  40. “A qualidade da carteira é a melhor q as empresas BRASILEIRAS permitem”

    Brasileiras, Equatorianas, Bolivianas, Argentinas, Africanas, … mó emoção, só devedor jóia!

    ALL

  41. “Essa turbulência financeira não afetou a saúde financeira do banco (aliás, nem arranhou — vc pode fazer stress test no seu pc, mas a vida real prova quem aguenta a tormenta e quem não).”

    Eu falei para não tomar a aguinha…

    Ô otário: quantas vezes os bancos públicos tiveram que ser capitalizados nos últimos anos?

    Você sabia que o Proes custou R$ 62 bi (http://www.bcb.gov.br/lid/gedes/proesTitulosEmitidosReal.ASP?id=proes), o que, em moeda de hoje, representa uns R$ 122 bi? (Em dólar foi US$ 50 bi).

    A Emgea, criada para absorver as perdas da CEF partiu de R$ 10 bi.

    CEF e BB foram recapitalizados em 1996 e 2001. Aproveite e veja na página do BNDES quantas recapitalizações foram feitas e a que preço (a menor consequência foi adicionar o “S”, ao que antes era BNDE).

    Não é questão de ser profeta. Saber em que país você vive já deveria ser suficiente.

  42. “Além do mais, o BNDES foi resgatado/quebrou no final da década de 90? (…) O BNDES foi resgatado/quebrou em 2008?”

    Não. Ele só foi resgatado umas três ou quatro vezes nos anos 70 e 80. Só acontece quando usam para dar crédito quando ninguém mais quer dar. Entendeu ou quer a versão para colorir?

  43. “Ô otário: quantas vezes os bancos públicos tiveram que ser capitalizados nos últimos anos?”

    Ah sim, foram só bancos públicos que faliram/ foram resgatados na década de 90… O Nacional então, tinha pouco market-share… O número de bancos caiu de 265 para 207. Myron Scholes provou que não podia ter feito melhor em 1998…

    Quer dizer que o BNDES foi recapitalizado nas décadas de 80 e 70? Legal.

    Na década do ano 2000 foram recapitalizados UBS, Citibank (aliás, foi dividido ainda), Bank of America etc etc… Tudo com dinheiro público direto pra mão de agentes privados.

    É realmente, dar empréstimo pra gente que não paga dá nisso… O BNDES e a CEF inclusive vão quebrar quando a Petrobras der calote…

    Sorte que os bancos públicos brasileiros aprenderam, como você pode ver pela saúde financeira deles… E eles são públicos, não é bolsa-banqueiro falido.

  44. “Não é questão de ser profeta. Saber em que país você vive já deveria ser suficiente.”

    Falou profeta, quando a sua profecia se realizar, tente se lembrar que o BNDES repassa quase todos os seus lucros pro Tesouro todo ano.

  45. O BNDES recebe dinheiro público… toma dinheiro subsidiado sempre que precisa…

    Pode ter um departamento de risco ótimo, não sei. Não vou entrar na discussão da qualidade do banco, nem sei se deveríamos ou não ter bancos públicos. Agora, avaliar um banco que recebe dinheiro subsidiado e elogiá-lo por não quebrar… pelamordedeus… é que nem achar que o trapezista amarrado no teto do circo não se esborracha no chão porque é um gênio.

    “Quebrei o Banespa, mas fiz meu sucessor” lembra alguma coisa? Quando o sujeito que segura a corda resolve soltar…

  46. “Falou profeta, quando a sua profecia se realizar, tente se lembrar que o BNDES repassa quase todos os seus lucros pro Tesouro todo ano.”

    Ô Funcionário: maneira no capim, pô! deixa um pouco pro gabriel

  47. BANCO BEM-ADMINISTRADO

    Considerando o que se passou em bancos publicos e privados, no Brasil e no mundo nos ultimos anos, eu diria que o conceito acima e’ oximoronico. Um conceito tao exotico como “inteligencia militar” ou “competencia csifunica”, por exemplo.

    Um abraco de quebrar costela

    Kleber S.

  48. Ah, voltando ao Sicsu:

    “a taxa de crescimento do investimento foi superior entre 2 e 3 vezes a taxa de crescimento do PIB. Isto significa oferta crescendo mais velozmente que a demanda”

    O infeliz não poderia jamais ter sido aprovado em um curso de Cálculo 1… dá prá notar que ele não sabe a diferença entre derivada primeira e derivada segunda? Depois nego diz que ‘economia é ciência social, não precisa saber matemática’.

  49. “Falou profeta, quando a sua profecia se realizar, tente se lembrar que o BNDES repassa quase todos os seus lucros pro Tesouro todo ano.”

    Nossa, que sacrifício… Daqui a alguns anos, quando estivermos pagando os micos que o BNDES for acumulando (e aí está o Equador, que bateu na trave), voltamos a conversar.

  50. Você estudou 4 anos em Harvard e não sabe que a função de política industrial é corrigir as falhas de mercado.

    O dinheiro do BNDES não impacta na inflação.

  51. CARAMBA CUMPADRES

    Muito feliz a escolha do Tio Alex em trazer ao blog um opusculo do Jao Csifu para o debulhamento didatico inserido no texto. Acho que a pratica deveria ser mantida, Tio. E’ como uma aula “intensiva ” de economia, aliada a uma incrivel honestidade intelectual. Alem do aspecto do aprendizado, recebemos tambem o by-product de um sem-numero de jumentos, o que realca o tom humoristico que tambem tem sido um ponto alto do blog.

    Apesar de nao saber quem e’ esse senhor, tal de Oreiro, aguardo ansiosamente o esquartejamento da peca em post vindouro.

    Pena que o tio “O” sumiu traveiz. Pimba na gorduxinha da jumentada, tio!

    Um abraco de quebrar costela

    Kleber S.

    PS: Em virtude de alguns dos comentarios acima, gostaria de perguntar ‘a seleta cambada se existe algum tipo de capim alucinogeno. Porque tem neguinho ai’ que devia tar mucho doido pra escrever certas asneiras sem eira nem beira como algumas encontradas neste post.

  52. PERGUNTA ‘A CAMBADA

    Uma das grandes bobagens que se fez na Grande Depressao foi o protecionismo desvairado que acometeu a quase todos os governos da epoca. Com o encolhimento dos mercados, cada pais entrou numas de Mateus-primeiro-os-teus, numa tentativa desesperada de manter os seus empregos ‘as custas dos outros. Deu merda.

    Nesta semana vivemos o episodio lamentavel, tragicomico, em que amantegados e amarolados tentaram aplicar o velho truque do joao-sem-braco, da aplicacao da licenca previa com a finalidade de brecar importacoes. Hoje tiveram que revogar a medida, pois descobriu-se que industrias estavam parando por falta de componentes. O vexame nem sequer teve os comentarios que merecia, pois parece que a midia ja’ se acostumou com o estilo etilico-aloprado da administracao.

    No entanto, praticamente todos os paises da OCDE estao pingando algum no chapeu de muitas empresas nao-financeiras, como as automobilisticas de Detroit, por exemplo.

    A pergunta e’: esse ajutorio financeiro todo nao seria uma versao moderna do velho protecionismo que causou grande recrudescimento da Depressao anterior?

    Um abraco de quebrar costela.

    Kleber S.

  53. “Falou profeta, quando a sua profecia se realizar, tente se lembrar que o BNDES repassa quase todos os seus lucros pro Tesouro todo ano.”

    Com financiamento cativo do Fundo de Amparo ao Trabalhador a juros subsidiados, ateh voce que eh semi-retardado consegue gerar lucro em um periodo de vacas gordas.

    “O”

  54. “Você estudou 4 anos em Harvard e não sabe que a função de política industrial é corrigir as falhas de mercado.

    O dinheiro do BNDES não impacta na inflação.”

    Bom eu estudei em BERKELEY 4 anos e sei que, para corrigir a falha de mercado, você precisa primeiro identificá-la. Segundo, precisa escolher o melhor instrumento. Nada disto foi feito no caso da política industrial brasileira (pode ver aqui http://maovisivel.blogspot.com/2008/05/nova-poltica-industrial.html).

    Quanto ao segundo tópico, você está absolutamente correto: o empresário vê que a demanda de A foi financiada no mercado de capitais e, portanto, aumenta o preço; se a demanda de B foi financiada pelo BNDES o empresário decide não aumentar o preço. É assim que o mundo do gabriel funciona. O gabriel é um menino especial…

  55. “Com financiamento cativo do Fundo de Amparo ao Trabalhador a juros subsidiados, ateh voce que eh semi-retardado consegue gerar lucro em um periodo de vacas gordas.”

    É num período de vacas gordas seria fácil mesmo, agora num de vacas magras, acho que eu não consigo não. Seguem os números do mundo real (ah, se o seu problema é com o FAT, reclame com as leis brasileiras, não com os semi-retardados):

    ano LL %distribuída
    1997 823 95
    1998 810 95
    1999 682 24
    2000 867 61
    2001 802 59
    2002 550 95
    Média 1997-02 756 71
    2003 1.038 24
    2004 1.498 85
    2005 3.202 82
    2003-05 1.913 63

  56. “se o seu problema é com o FAT, reclame com as leis brasileiras, não com os semi-retardados”

    A existência da lei não implica a inexistência de subsídios, com os quais qualquer semi-retardado consegue gerar lucro.

    Não que eu tenha nada contra os semi-retardados (nem contra os retardados completos).

  57. “É num período de vacas gordas seria fácil mesmo, agora num de vacas magras, acho que eu não consigo não.”

    Nao superestime seu semi-retardamento. Tomando a juros subsidiados, somente com muuuuita (assim, com varios u’s) corrupcao para voce perder dinheiro. Mas nao exagere a qualidade dos ativos do BNDES. Ateh onde eu sei, eh uma caixa preta onde pode haver um bocado de evergreening. Vide Luis Nassif.

    “O”

  58. A falha de mercado é justamente em conseguir financiamento de longo prazo,não existe no Brasil financiamento mais barato que o BNDES para empresa.

    Qualquer um que estudou IS-LM sabe que o dinheiro do BNDES não impacta na inflação pois é um dinheiro subsidiado.

    PS O Blog cai de nível quando começam com os chingamentos.

  59. “A existência da lei não implica a inexistência de subsídios, com os quais qualquer semi-retardado consegue gerar lucro.”

    Já mostrei que o BNDES lucra ano sim, ano tb, e repassa a maior parte pro Tesouro. Esse O é um retardado completo.

    A existência da Lei implica que o BNDES pode captar a um custo mais baixo. E emprestar a taxas abaixo das de mercado. O custo de oportunidade é o custo de captação do Tesouro.

    O BNDES empresta tendo como custo a TJLP, e recebe por isso taxas mais baixas. O subsídio é pras empresas, não pro BNDES. O lucro dos bancos vem do spread(diferença entre o juro do crédito e o custo de captação dos recursos — acho que alguem q trabalha em banco deveria saber disso). Se os empréstimos do BNDES, CEF (habitacional) vão pros destinatários errados, é outra questão, que eu não vou discutir pq to sem saco (link abaixo, e sim, eu concordo com o texto). Agora dizer que o lucro do BNDES vem do FAT é uma idiotice atroz, se a TJLP sobe, o custo do BNDES tb sobe.

    Se tiver alguma dúvida, procurem um artigo chamado Tranparencia Republicana:

    http://www.econ.puc-rio.br/mgarcia/

    Isso está começando a ficar bem divertido, vendo vocês se enrolarem bonito.

  60. “O subsídio é pras empresas, não pro BNDES. O lucro dos bancos vem do spread(diferença entre o juro do crédito e o custo de captação dos recursos — acho que alguem q trabalha em banco deveria saber disso).”

    Quer dizer que alguém que tem acesso a insumos subsidiados e consegue, graças a isto, vender mais barato que a concorrência, presumivelmente uma quantidade maior, não é beneficiado? Ah, tá…

    Você anda enrolando algo?

    P.S. E, diga-se, o ROE do BNDES (11,4% em 2007) é realmente impressionante.

  61. “O subsídio é pras empresas, não pro BNDES. O lucro dos bancos vem do spread(diferença entre o juro do crédito e o custo de captação dos recursos — acho que alguem q trabalha em banco deveria saber disso).”

    Isso eh uma idiotice. A qualidade da carteira do BNDES se deve ao subsidio. O BNDES pode escolher os melhores creditos SOMENTE porque tem o subsidio.

    Finalmente, a existencia do BNDES cria o pior dos mundos. Nao temos financiamento de longo prazo fora do BNDES; nossa taxa de investimento eh uma das mais baixas entre os emergentes; nossa taxa de juros no setor extra-BNDES eh uma das mais altas do mundo; nossa politica monetaria tem que ser mais restritiva do que se o BNDES nao jogasse contra; nossa governanca corporativa eh uma piada, vide todo o mele Dantas vs fundos de pensao etc

    Daih jumentinho fica surpreso e nao entende porque nosso PIB per capita eh menos que 10000 dolares e nos nao conseguimos investir mais que 25% do PIB…

    Eh uma lastima que nao podemos exportar idiotas.

    “O”

  62. Alex cambio valorizado causa deficit nas transações correntes?

    A valorização esse ano do Real é responsável pelo déficit nas transações correntes,ou isso tinha haver com a demanda domestica crescendo acima do PIB.

  63. se exportar idiotas (tem valor negativo) vai prejudicar ainda mais a balança comercial..tá querendo mais déficit, O?

    nao podemos exportar, é melhor a diversão com as chibatadas virtuais..

    Doutrinador

  64. “A valorização esse ano do Real é responsável pelo déficit nas transações correntes,ou isso tinha haver com a demanda domestica crescendo acima do PIB.”

    São duas variáveis endógenas Fabio. O correto é olhar a combinação de câmbio e demanda consistente com equilíbrio doméstico e externo e aí tirar as conclusões. Pense em termos do modelo de Swan.

  65. Se o BNDES tem algum efeito sobre o investimento (e tem), ele só pode ser positivo. Dá uma olhada em quem financia infra-estrutura (e se tiver tempo e curiosidade, olha os efeitos dos gastos em infra-estrutura sobre o investimento privado). E o investimento é sensível à taxa de juros não?

  66. “Se o BNDES tem algum efeito sobre o investimento (e tem), ele só pode ser positivo. “

    Falso.

    Ao garantir credito subsidiado aas maiores empresas – e nao existe nenhum bilionario ou conglomerado brasileiro que nao dependa desse credito subsidiado – o BNDES mata a competicao a essas empresas, mata o mercado de venture capital, concentra a renda, mata os incentivos para aumento da produtividade e inovacao etc.

    Nao eh por acaso que temos o BNDES e tambem uma das menores taxas de investimento entre paises emergentes.

    Tambem nao eh por acaso que podemos voltar a essa discussao em 2020, e o BNDES ainda vai continuar roubando do contra-cheque do trabalhador para emprestar dinheiro para os Ermirios, Dantas e similares. Eh para isso que o BNDES existe.

    Mas o que realmente eh surreal no Brasil eh que a defesa do BNDES venha da esquerda. Deus, por favor, crie uma esquerda no Brasil com QI acima de 80!

    “O”

  67. E’ ISSO AI’, TIO “O”!

    Desce a lenha na aberracao bndessica e xumbo na jumentada!

    ALEX

    Quando voce disse “menino especial” voce na verdade pensou “menino excepcional”, certo?

    DOUTRINADOR

    Aqui no Barakistao tem mercado pra idiota, sim. Eles votam no Bobama. Acreditam que o Prano messianico vai resolver a parada. Compram acoes. E vai por ai’ a fora. Eles tambem assumem postos de grande importancia, compoem a lista de ex-presidentes, cruzive da presidencia do Fed. Veja o caso do Greenzinho, velho boko-moko, por exemplo. Idiotas tem preco baixo porque estao em no short supply. Poderiamos tambem criar uma clearinghouse para o trading dessa mocada. Por exemplo: 1 Krug vale 2 Csifus, ou 1 Patif + 1 Amantegado. Ficai’ pra discussao da galera se o Krug e’ duas vezes mais idiota que o Csifu, ou so’ metade. Agora, caso Billy the Ben comece comprar treasuries de longo prazo, ele vira hors-concours. Vai ser doado pro Smithsonian.

    Um abraco de quebrar costela

    Kleber S.

  68. 1. O fato do FAT existir é porque a Constituição Federal o criou. Existe subsídio implícito no crédito do BNDES (diferença entre TJLP e Selic).

    2. A remuneração (spread básico) do BNDES é bem menor do que a dos outros bancos (1,4% em média em 2007). A carteira de crédito e muito melhor(0,11% de indimplencia) e também é o retorno sobre patrimônio líquido. Além disso, a maior parte dos lucros do banco vão para o Tesouro na forma de dividendos e juros.

    3. O fato do investimento ser baixo no Brasil não pode ser atribuído ao BNDES. A maior causa provavelmente é o gasto do governo fora do lugar ( altíssimo como porcentagem do PIB), é isso que faz as taxas de juros serem tão altas.

    4. Os bancos privados também recebem recursos do FAT. As operações indiretas do BNDES totalizaram 58,5% do desembolso do banco em 2007. O spread dos bancos privados nas operações indiretas é sempre maior que o do BNDES.

    5. O prazo médio das operações do BNDES foi de 82 meses em 2005, a dos bancos privados foi de 7 meses.

    6. Ainda que o BNDES não tivesse recursos mais baratos, ainda teria um custo de captação mais baixo (e uma maior atratividade), por ser uma instituição quase-soberana.

    7. O BNDES não pode conceder mais crédito com os recursos do FAT porque o FAT é uma fonte limitada, e vem caindo sua participação como recurso disponível para o banco. Se todo o crédito do país pudesse ser dado com base nesses recursos, teríamos um monopólio bancário.

  69. Hoje na FSP o Luis Carlos Mendonça de Barros comenta: “Outra marca importante, a existência de instituições públicas de porte como o Banco do Brasil e o BNDES, permite-nos enfrentar o clima de pânico do sistema bancário privado e evitar uma descontinuidade no mercado de crédito da dimensão que estão sofrendo os EUA, o Reino Unido e outros países. É papel do BNDES atuar de forma anticíclica, preservando ao menos em parte o investimento privado e o consumo, e os benefícios de sua existência ficam claros em momentos como o atual. E pensar que queriam fechar essa instituição…”. Por favor, “O” e demais, comentem…

  70. Noticias bizarras do concurso do IPEA.

    1- COmo jah disseram, o assessor do Pokemon, Ricardo Amorin nao foi classificado.
    2- Outro trazido de campinas para o ipea soh entrou em primeiro lugar porque se classificou como “portador de necessidades especiais”. O problema: ele é apenas estrábico.

    Ou seja, eles fizeram uma prova tao ruim que nem conseguiram pegar a companheirada.

  71. Luis Carlos Mendonça de Barros na Folha de hoje:

    “Outra marca importante, a existência de instituições públicas de porte como o Banco do Brasil e o BNDES, permite-nos enfrentar o clima de pânico do sistema bancário privado e evitar uma descontinuidade no mercado de crédito da dimensão que estão sofrendo os EUA, o Reino Unido e outros países. É papel do BNDES atuar de forma anticíclica, preservando ao menos em parte o investimento privado e o consumo, e os benefícios de sua existência ficam claros em momentos como o atual. E pensar que queriam fechar essa instituição…”

  72. Os bancos públicos vão evitar a desaceleração econômica no Brasil.

    Segundo estudos do Ipea Brasil precisa crescer 4% esse ano para absolver pessoas no mercado de trabalho.

  73. “Segundo estudos do Ipea Brasil precisa crescer 4% esse ano para absolver pessoas no mercado de trabalho.”

    Eu sabia que havíamos sido condenados, desde a expulsão do Éden, a ganhar o pão com o suor do nosso rosto, mas porque precisamos ser “absolvidos”? Não compramos biscoitos “Grobo”?

  74. “Por favor, “O” e demais, comentem…”

    O Mendoncao estah errado.

    Primeiro, nao sei como ele tem tanta confianca que nossa crise nao vai ser tao profunda quanto a de outros paises sem bancos estatais.

    Segundo, mesmo que bancos estatais suavizem a queda, o efeito estrutural deles eh muito maior. Lembre-se, o Brasil eh um dos emergentes que investe menos, poupa menos, tem taxas de juros mais altas. Seja lah o que os bancos estatais estao fazendo, faz 30 anos que nao tem funcionado.

    Terceiro, os efeitos da existencia de um banco que empreste a juros subsidiados para firmas estabelecidas — portanto criando barreiras a competicao e barreiras a entrada — eh de primeira ordem. Se a familia do russo do google tivesse imigrado para o Brasil, ele provavelmente teria se tornado um assessor do Dantas ou o nerd de IT do Banco do Brasil. Por que ele nunca conseguiria ter o venture capital para comecar sua firma. E isso eh consequencia da existencia do BNDES e seu mandato de defender firmas estabelecidas contra entrantes.

    Quarto, pode ficar sossegado, o BNDES veio para ficar. Enquanto o mandato dessa instituicao for dar dinheiro barato para o Antonio Ermirio, o Dantas, o Steinbruch, o Gerdau, a Vale etc eh mais facil nascer cabelo na cabeca do Alex do que o BNDES ser fechado. Nao tem nem chance.

    “O”

  75. Argumento forte contra o regime de metas, vamos parar com isso, gente:

    “(..) we applied the dynamic panel estimator developed by Arellano and Bover (1995) and Blundell and Bond (1998) that controls for simultaneity and omitted variable biases. This instrumental variable estimation better suit the inference purpose on the causal effect of IT on inflation and resulted in considerable qualifications Batini and Laxton (2007) and Gonçalves and Salles (2008) conclusions.
    The inclusion of a common time-effect variation weakened the cross-country
    negative relation of the IT regime with average inflation and measures of volatility, and uncovered a strong negative relation between the IT framework and economic growth.
    After controlling for the dynamic panel bias problem and for the endogeneity of
    the IT regime, there is some evidence that IT reduces inflation, but it is not robust to variations in the non-IT control group. The IT impact on the volatilities of inflation and output were shown small and their significance variable to subtle changes in the instrument set, period of analysis, IT adoption date or non-IT control group. Among the macroeconomic indicators of performance studied, the most robust result was that the IT regime significantly hinders output growth.”

    http://epge.fgv.br/pt/files/Semin%C3%A1rio15outubro.pdf

  76. Ah, claro. Porque um paper chegou a esta conclusão vamos jogar tudo fora. Aliás, é assim mesmo que a ciência funciona: um working paper empírico e, zás, novos consensos são formados…

    Tem até um estudo aí, ó só…

  77. Aliás, passei os olhos pelo texto: o R2 do modelo de produto oscila entre 0,15 e 0,20. O de volatilidade do produto entre 0,15 e 0,23.

    Do alto da minha professa ignorância econométrica eu, no mínimo, tomaria muito cuidado antes de afirmar que meu resultado mais robusto vem de um modelo que cuja capacidade explicativa é tão baixa.

  78. a lei da informatica foi uma maravilha, as atuações do BNDES tambem serao..basta ver quem está a frente

    os comentarios do O estão otimos..vou procurar pelo pseudonimo (O, O Anonimo ou Tio O) quando estiver afim de me locomover para assistir algum congresso interessante

  79. “Você adora criticar os heterodoxos,quem fez o ajuste fiscal em SP foi justamente um heterodoxo, Nakano.”

    Ajuste fiscal? As despesas não financeiras de SP entre 1997 e 2001 aumentaram de 11% para 12% do PIB do estado. A folha veio de 5,8% para 6% do PIB e os demais gastos correntes de 4,6% para 5,2% do PIB. Neste período o investimento caiu de 0,6% para 0,4% do PIB.

    E isto não captura (porque a Secretaria da Fazenda não divulga os dados anteriores a 1997) a piora que ocorreu entre 1995 e 1996, mesmo com a arrecadação de ICMS dando um salto em 1995.

    O ajuste fiscal de SP entre 1997 e 2001 é o aumento da receita corrente (de 11,6% para 13,1% do PIB) e o acordo para renegociar as dívidas.

    Eu mostrei tudo isto já em 2006.

  80. Houve aumento na arrecadação porque foi feito o ajuste fiscal.Alckmin cortou impostos para diversos setores,o ajuste fiscal continou com José Serra.

  81. “Houve aumento na arrecadação porque foi feito o ajuste fiscal.”

    Dããã… Houve aumento da arrecadação (em parte pelo aumento de tarifas de telecomunicações e energia, que viraram ICMS na veia – só lembrar que estes setores deixam cerca de um terço de suas receitas no caixa estadual) e ponto final. Nenhum esforço de redução do gasto corrente que caracterizaria um ajuste fiscal de verdade.

    É o mesmo “ajuste fiscal” que temos feito desde 1998: nenhuma redução do gasto e muito aumento da arrecadação.

  82. “Não sei porque você é contra política industrial,”

    Pensa um pouquinho e você descobre.

    “países asiáticos cresceram porque fizeram política industrial.”

    O fato deles pouparem muito não tem nada a ver, não é mesmo.

    Às vezes eu me pergunto estupidez (e a certeza que ela proporciona) traz felicidade.

  83. Você deve saber que eles fizeram política industrial mesmo poupando muito,segundo eles controlam seu cambio para manterem desvalorizado.

    Isso tem um viés eles dependem muito do mundo para poderem crescer pois dependem de suas exportações,em caso de crise como essas eles tendem a sofrer mais que países que não mentem esse modelo.

    Países como Corea,China fazem política cambial para manterem suas exportações elevadas.Isso cria uma situação em que eles se tornaram exportadores de poupança dos EUA para manterem seu modelo.

  84. Hoje em entrevista ao Jornal Nacional Mantega declarou:

    “ao cobrar uma taxa de juros mais elevada, cria a inadimplência; você dificulta ao cidadão pagar a conta. Eu acho que essa política dos bancos é totalmente equivocada, é claro que leva a lucros elevados dos bancos, mas depois é um tiro no pé, porque se o cidadão depois ficar inadimplente, ele não vai pagar”.

    Alguém precisa explicar ao ministro que ao contrário dele, pessoas em banco sabem fazer conta de valor esperado. Por isso a inadimplência é levada em consideração ao se calcular a taxa de juros cobrada, que, aliás, é aquela que maximiza o lucro do banco.

    Fico com pena do professor de estatística que ele teve na USP, deve estar se contorcendo.

  85. “os comentarios do O estão otimos..vou procurar pelo pseudonimo (O, O Anonimo ou Tio O) quando estiver afim de me locomover para assistir algum congresso interessante”

    Apollo,

    E como voce pensa que vai encontrar “O”, vai perguntar para o Oraculo de Delfos? Ou voce acha que na ANPEC/SBE vao fazer um crachazinho “Prof. O”?

    “O”

  86. Olá Alex,

    Apesar de ter gostado de sua argumentação, creio que há um pequeno equívoco. Quando vc diz:
    “Para começar, os dados estão errados (segundo a PIM-IBGE a massa de salários aumentou 29% de 2003 para cá, no mesmo período o PIB cresceu 26%). Mas suponhamos que estejam certos. Desde quando demanda só vem da massa salarial? Aliás, se parcela crescente vinha do investimento, qual a relevância da massa salarial?”

    Ora,segundo a mesma fonte que utilizou para o cálculo da variação da massa salarial real- a série dessasonalizada também não me parece ser a mais conveniente, de vez que comporta oscilações enormes. Os meses de dezembro têm(ainda há acento?) sempre viés de alta em virtude do 13 salário-, esta variação, no acumulado de 69 meses(jan/03 até set/08) é de -3,07%, pois não se poderia simplesmente pegar o número índice de set/08 e dividí-lo pelo de jan/03, resultando nos quase 29% de seu número, dada a variância descomunal. No entanto, creio ficar seu argumento mantido, pois mesmo acumulando-se mês a mês, a tendência da taxa é de melhora paulatina( patamares de variação próximos -20% em 2003 para -10% ao redor de 2006/2007).

    Creio que possa dar uma “colher de chá” para o sempre infeliz corinthiano Sicsú!

    Abraços,
    Martin Deschamps

  87. SECAO PROZAC

    Pra quem nao acredita que estamos em depressao:

    – O Dow Jones em janeiro teve a pior queda dos ultimos 113 anos. Pior que 1914, 1930, 1931, 1932, 1933…

    – O Purchasing Managers Index para este mes saiu pior que o de dezembro. Piorou o indice de vendas, de orders intake, de inventario…

    – A atividade economica se mostrou imune ‘a politica monetaria…

    TIO ALEX

    Caso algum dos meus engenheiros apresente como solucao para um problema qualquer uma medida com R2 de 0.20, ele certamente fara’ parte da estatistica de desemprego.

    CAMBADA

    Sabe o que e’ assustador no debate aqui no blog? E’ o seguinte: ha’ um sem-numero de idiotas de quatro costados cursando ou com diploma de economia. Como nao ha’ nenhuma evidencia empirica de que os economistas tenham QI inferior ao dos medicos, JA’ PENSARAM EM QUANTOS MATADORES NAO EXISTEM POR AI’?

    Aposto o saco que quem acha a atuacao do BNDES salutar para a economia, se fosse medico receitaria um regime de aguinha com acucar pra diabetico.

    Um abraco de quebrar costela

    Kleber S.

  88. Sobre o ajuste fiscal paulista, eu só posso concordar com o Alex. O aumento da arrecadação foi o pilar desse ajuste e muito desse aumento se deve a informatização que permitiu o combate a evasão/elisão e a racionalização da tributação. Muitas alíquotas foram zeradas ou substituídas por outros impostos simplesmente pq o recolhimento e fiscalização eram mais caros que a receita, lembrando que fiscal de rendas tem um dos maiores salário do executivo.

    Sobre o tema da política industrial, acreditar na eficácia de tipo de política pressupõe a crença de que por alguma razão os mercados não cumpem seu papel na alocação de recursos e que o governo pode fazer melhor. Parece até conto de fadas e no final tende a terminar com o bordão: “falta vontade política”.

    Se os exemplos históricos servem para alguma coisa é para mostrar que quase todos os países adotaram alguma forma de PI, mas apenas alguns poucos se desenvolveram. E mesmo dentro desse restrito grupo de desenvolvidos, a Suiça e a Holanda mostram que PI não é condição necessária. Coisas que aquele livro do Chang, adorado pelo povo da UFRJ, diz mas esconde na hora de fazer expor suas conclusões.

    PI nos moldes desenvolvimentistas em princípio um jogo de soma zero que depende de um tipo de Estado que só exite em propaganda.

    Algumas políticas de incentivos podem funcionar como já dizia a Anne O. Krueger (The American Economic Review, Vol. 87, No. 1. (Mar., 1997)) mas pelo visto ela estava errada sobre “como aprendemos”.

  89. Alex, “O”, Tiago Caruso,

    Vocês já leram o livro do Jordi Galí “Monetary Policy, Inflation, and the Business Cycle:
    An Introduction to the New Keynesian Framework”?

    Se sim, o que vcs acharam dele?

  90. “Vocês já leram o livro do Jordi Galí “Monetary Policy, Inflation, and the Business Cycle:
    An Introduction to the New Keynesian Framework”?”

    Sim. Eh muito bom e acessivel (pelo menos comparado com o sonifero do Woodford).

    “O”

  91. Martin:

    Valeu, mas eu nâo usei esta série (acho que você se refere à série da PIMES, a qual eu não acho muito boa, entre outras porque, sim, mesmo a série dessazonalizada dá uns saltos em dezembro), nem comparei dezembro com janeiro. Obviamente sua interpretação ocorreu porque eu (agora percebi), mencionei PIM ao invés de PME no meu texto (vou corrigir agora).

    Eu usei a série da PME (multiplicando mês-a-mês o rendimento médio pela ocupação para obter o rendimento total) e calculei o crescimento pelos dados anuais (isto é Jan-Dez/Jan-Dez, exceto 2008, para o qual usei Out-Set/Out-Set), para que sejam congruentes com o cálculo do PIB (também disponível só até 3T08).

    Obrigado pela correção.

    Abs

    Alex

  92. “Vocês já leram o livro do Jordi Galí “Monetary Policy, Inflation, and the Business Cycle:
    An Introduction to the New Keynesian Framework”?”

    Não, mas me parece uma bela sugestão.

    Abs

    Alex

  93. Alex e Kleber,

    A crítica de vcs ao artigo de Brito e Bystedt é descabida. Modelos de painel de dados costumam ter R2 baixo, mas o jogo é testar significância de variáveis e daí o problema maior mesmo é como identificar o modelo tentando eliminar ou pelo menos minimizar o problema de endogeneidade e variáveis omitidas.

    Bom lembrar que nesse tipo de modelo a grande fragilidade é a definição das variáveis instrumentais e a amostra usada e esse artigo não é exceção.

  94. “A crítica de vcs ao artigo de Brito e Bystedt é descabida. Modelos de painel de dados costumam ter R2 baixo, mas o jogo é testar significância de variáveis e daí o problema maior mesmo é como identificar o modelo”

    Touché…

  95. Rafael,

    dá uma olhada no que eu escrevi. Em momento algum critiquei estatística da USP. Sei que o professor de lá é bom.

    Anônimo,

    nunca li o livro, mas se tiver a oportunidade, prestarei atenção.

    Abs

  96. “A crítica de vcs ao artigo de Brito e Bystedt é descabida.”

    Caro Daniel,

    Eu imprimi o artigo do Brito e Bydryfsdyr, devo ler durante o fim de semana, prometo botar minha colher nesse caldeirao tambem.

    “O”

  97. “Ah, claro. Porque um paper chegou a esta conclusão vamos jogar tudo fora. Aliás, é assim mesmo que a ciência funciona: um working paper empírico e, zás, novos consensos são formados…”

    Does Inflation Targeting Make a Difference?

    Frederic S. Mishkin, Klaus Schmidt-Hebbel

    http://www.nber.org/papers/w12876

    Despite these favorable results for inflation targeting, our evidence generally does not suggest that countries that adopt inflation targeting have attained better monetary policy performance relative to our control group of highly successful non-inflation targeters.

    Olivier Blanchard

    Fiscal Dominance and Inflation Targeting: Lessons from Brazil

    If, however, the increase in the real interest rate also increases the probability of default on the debt, the effect may be instead to make domestic government debt less attractive, and to lead to a real depreciation. That outcome is more likely the higher the initial level of debt, the higher the proportion of foreign-currency-denominated debt, and the higher the price of risk. Under that outcome, inflation targeting can clearly have perverse effects: An increase in the real interest in response to higher inflation leads to a real depreciation. The real depreciation leads in turn to a further increase in inflation. In this case, fiscal policy, not monetary policy, is the right instrument to decrease inflation.

    Frederic S. Mishkin

    Inflation Targeting in Emerging Market Countries

    This paper outlines what inflation targeting involves for emerging market/transition countries and discusses the advantages and disadvantages of this monetary policy strategy. The discussion suggests that although inflation targeting is not a panacea and may not be appropriate for many emerging market countries, it can be a highly useful monetary policy strategy in a number of them.

    Lawrence Ball

    We compare seven OECD countries that adopted inflation targeting in the early 1990s to thirteen that
    did not. After the early 90s, performance improved along many dimensions for both the targeting countries and the nontargeters. In some cases the targeters improved by more; for example, average inflation fell by a larger amount. However, these differences are explained by the facts that targeters performed worse than non-targeters before the early 90s, and there is regression to the mean. Once one controls for
    regression to the mean, there is no evidence that inflation targeting improves performance.

    Que consensos?

  98. Deveríamos fechar mais a economia Brasileira para importação,um estudo feito aqui na Decon da UFPE mostra que uma economia fechada com cambio flutuante em caso de “max desvalorização” como a que ocorreu em outubro/novembro dificilmente tem repasses de preço por causa da desvalorização se compararmos com uma economia aberta.

  99. Dei uma lida no artigo do Brito, eu vejo varios problemas, principalmente na estimacao do efeito do sistema de metas de inflacao sobre o crescimento.

    O primeiro problema, que contamina TODOS os resultados que o artigo apresenta, eh que os estimadores de Arellano-Bond NAO controlam por endogeneidade (simultaneidade). Assumir que esses estimadores controlam por endogeneidade eh um erro comum na literatura, mas ainda assim nao deixa de ser um erro.

    O segundo problema diz respeito a estimacao da equacao para a taxa de crescimento. (a) Nao faz sentido estimar essa equacao em dados para periodos de 3 anos. (b) Nao faz sentido estimar essa equacao sem controlar para condicoes iniciais e jah que estamos estimando em medias de 3 anos, para o ciclo de negocios tambem.

    Finalmente, o artigo deveria fazer um trabalho melhor de descrever os dados. Qual a taxa media de crescimento/inflacao dos paises que nao adotaram IT? E daqueles que adotaram? Antes e depois de adotarem? O que acontece se retirarmos da regressao os asiaticos? E a China? Nao existe nenhuma discussao sobre robustez para outliers.

    Tambem o artigo nao apresenta nenhuma evidencia que os resultados nao sao causados por um erro de codigo no Stata. TODO artigo empirico deve fazer um esforco para descrever os dados que estao gerando os resultados. Por exemplo, valeria a pena mostrar em um grafico (eh facil!) as taxas medias de crescimento dos paises que adotaram IT, antes e depois da adocao. Eu sei como um fato que a adocao do IT reduziu a volatilidade do produto, reduziu a volatilidade e o nivel da inflacao para o Brasil, e possivelmente tambem aumentou a taxa media de crescimento. Sei tambem que paises como Israel, Mexico, Chile, Peru, Republica Checa, Hungria tiveram reducao na volatilidade da inflacao depois de adotar IT.

    Estaria, sim, aberto a aceitar os resultados desse artigo se os autores fizessem um esforco para mostrar os dados que eles enfiaram na caixa preta do Arellano-Bond. Com essa apresentacao, eu rejeitaria esse artigo se caisse no meu colo, mesmo que fosse em uma revista brasileira (onde os padroes nao sao lah muito altos!)

    “O”

  100. Brasil depois que optou pelo regime de cambio flutuante quebrou 3 vezes de 99 a 2002 e a instabilidade só aumentou junto com o juros além de que a inflação nunca mais conseguimos controlar a inflação.

    Até economistas como Gustavo franco criticam o regime de cambio flutuante,o ideal seria o meio termo como tínhamos em 97 e 98.

  101. “Que consensos?”

    Citando os mesmos trabalhos:

    “Despite these favorable results for inflation targeting(…)”

    “The discussion suggests that although inflation targeting is not a panacea and may not be appropriate for many emerging market countries, it can be a highly useful monetary policy strategy in a number of them.”

    “After the early 90s, performance improved along many dimensions for both the targeting countries and the nontargeters. In some cases the targeters improved by more; for example, average inflation fell by a larger amount. (…)Once one controls for
    regression to the mean, there is no evidence that inflation targeting improves performance”

    Precisa explicar?

    Então explico: não há evidência que IT PIORA o desempenho. Na pior das hipóteses, o consenso (até ser desmentido por um conjunto de estudos empíricos, e, obviamente, não apenas um) funciona tão bem quanto os NITs.

    Quanto ao do Blanchard eu conheço razoavelmente bem o texto por ter trabalhado neste assunto ali por volta de 2002.

    Em primeiro lugar não é um trabalho empírico, então tirar conclusões acerca da eficácia de IT é complicado, para dizer o mínimo.

    Segundo, ele levanta a possibilidade de dominância fiscal. ~

    Dããã, dominância fiscal mata TODO regime de política monetária, e não apenas IT. Isto já foi mostrado pelo Sargent (e Wallace)no “Unupleasant Monetarist Arithmetics”.

  102. “Brasil depois que optou pelo regime de cambio flutuante quebrou 3 vezes de 99 a 2002 e a instabilidade só aumentou junto com o juros além de que a inflação nunca mais conseguimos controlar a inflação.

    Até economistas como Gustavo franco criticam o regime de cambio flutuante,o ideal seria o meio termo como tínhamos em 97 e 98.”

    Ah, sim, o Brasil quebra em 99 devido ao Câmbio “meio termo” que tinha sido adotado, e a culpa é do Câmbio Flutuante.

    Ah, as taxas de juros eram baixíssimas no regime de bandas cambiais. A SELIC não tinha que ir para a estratosfera para enfrentar crises de desconfiança na moeda e evitar sua desvalorização. Imagina… é só olhar nos gráficos.

    Para finaizar, é claro que o Gustavo Franco é parte absolutamente neutra para comparar o regime de 1997-98 com o atual. A defesa dele do regime adotado e o fato dele ter sido o Presidente do Bacen naquela época é mera coincidência.

  103. “Deveríamos fechar mais a economia Brasileira para importação,um estudo feito aqui na Decon da UFPE mostra que uma economia fechada com cambio flutuante em caso de “max desvalorização” como a que ocorreu em outubro/novembro dificilmente tem repasses de preço por causa da desvalorização se compararmos com uma economia aberta.”
    Rapaz, esse seu artigo é ouro puro!
    Mas olha só, não fica falando dele aqui não que o pessoal aqui é bobão e vai ficar dando bordoada nele.
    Descobre aonde vai ser a próxima plenária do PT e mostra ele lá. Tá arriscado tu virar Ministro da Fazenda.
    Mas ó só, vai de leve, que até o Marolinha andou falando mal de protecionismo. Protecionismo dos outros é logico!
    Abrç, ALL

  104. “Brasil depois que optou pelo regime de cambio flutuante quebrou 3 vezes de 99 a 2002 e a instabilidade só aumentou junto com o juros além de que a inflação nunca mais conseguimos controlar a inflação.

    Até economistas como Gustavo franco criticam o regime de cambio flutuante,o ideal seria o meio termo como tínhamos em 97 e 98.”

    Você hibernou até 1999? Que 3 vezes que o Brasil quebrou? Você se lembra qual era a taxa de juros antes do câmbio flutuante? Instabilidade depois de 200? Como era o Brasil antes?

    Não me diga que o Gustavo Franco defende bandas cambiais, foi ele quem instituiu isso. Absurdo é ele ainda defender esse sistema.

    Alex, aonde você arruma esses caras?

  105. R2

    Entendi R2 como o quadrado do indice de correlacao de Pearson. Esse numero expressa a porcentagem da regressao refletida pela relacao causal entre as variaveis dependente e independente. Se foi esse o R2 mencionado pelo Alex, nao importa o que ou para que, 0.20 e’ extremamente baixo. Eu trabalho num ramo da industria aeroespacial. Um exemplo facil, que todo mundo vive: para a correlacao decolagens x pousos, todo mundo quer que R2 seja igual a 1, e a reta tenha angulo de 45 graus. Ja’ pensaram se essa correlacao tivesse R2 de 0.20? Porcamiseria…

    Um abraco de quebrar costela

    Kleber S.

  106. mata o mercado de venture capital, concentra a renda, mata os incentivos para aumento da produtividade e inovacao etc.

    O BNDES oferece crédito para projetos inovadores à taxa de 4,5% a.a., o q é bem negativo em termos reais. O que falta no Brasil pra inovação é capital humano. O papel do BNDES é remendar falhas de mercado.

    Quantos brasileiros migrantes construiram uma empresa inovadora que tenha o valor de mercado do google?

    Ou metade?

    Um terço?

  107. “Inclusive o Sicsú até mostra isso (não sou heterodoxo),segundo Milton Friedman é contra esse regide.”

    Acho q não é bem por aí que você vai querer argumentar que IT não funciona.

  108. “O BNDES oferece crédito para projetos inovadores à taxa de 4,5%…”

    Jura? Inovadores? Me ensina ai como faz pra criar uma startup com grana do BNDES. Ah já sei, a Gamecorp do Marolinha Jr. deve ser um bom exemplo.
    ALL

  109. Kleber,

    Em economia R2 próximo a 1 é um bom indicador que o autor do trabalho está fazendo alguma besteira. O grau de incerteza em relações governadas pela ação de uma multidão de indivíduos é grande.
    No caso de um painel de dados de países isso é ainda pior. O x do modelo não pode ser considerado com um dado experimental controlada, mas uma variável aleatória. Além disso, sempre existe um conjunto de variáveis relevantes que não observamos e o problema da endogeneidade torna os estimadores inválidos, sem mencionar o problema de erro de medida e de amostragem. Como painel de países não é uma amostra aleatória de uma população e o número de países não é grande como nos trabalhos que lidam com dados da Pnad as propriedades dos estimadores são particularmente frágeis.

    R2 baixo não é problema nesse tipo de estratégia empírica.

    Abs

    PS: o Lula é um gênio por ter convencido tanta gente que o FHC quebrou o país 3x. Não é por acaso que seus assessores adoram citar Goebbels.

  110. “Se foi esse o R2 mencionado pelo Alex, nao importa o que ou para que, 0.20 e’ extremamente baixo.”

    Isso nao eh um problema, apenas significa que o modelo nao esgota a aleatoriedade dos dados.

    Por exemplo, se o R2 fosse 1, voce teria um modelo que explicaria com perfeicao todos os movimentos na inflacao em 50 paises em 30 anos. Obviamente impossivel.

    “O”

  111. Thiago Brasil com cambio fixo era muito mais estável,crescendo a taxas de 4%,só foi adotar o cambio flutuante que a inflação NUNCA mais foi a mesma,as taxas no inicio do sistema era a mesma das observadas na crise asiática e Russa com um detalhe a inflação era maior quando foi adotado o regime.

    http://www.bcb.gov.br/?COPOMJUROS

    A média da Selic em 98 foi de 21% contra 40% em 99 com um detalhe a inflação com cambio flutuante era maior.Países como México quando desvalorizaram seu cambio tiveram a inflação para 50% AA é isso que você chama de bom sistema?

    Brasil quebrou 3 vezes com a desvalorização do real,foi em 99,2001 e 2002.

  112. Alex estava lendo um artigo antigo do Eduardo Loyo no Valor, “ Hedge cambial: o país sempre ganha?” gostaria de saber se o mercado é capaz de ofertar Hedge cambial ou as vezes esse papel tem que ser feito pelo BC como ele destaca a questão que BC apresenta uma certa superioridade de informação em relação ao setor privado.

    Os derivativos cambiais deram um pouco de dor de cabeça ao BC no cambio,gerando uma imensa volatilidade no cambio em Setembro/Outubro/Novembro.Esses problemas poderiam ser evitados se o BC oferecesse Hedge ao mercado?

  113. Jura? Inovadores? Me ensina ai como faz pra criar uma startup com grana do BNDES. Ah já sei, a Gamecorp do Marolinha Jr. deve ser um bom exemplo.

    Deu muito trabalho achar isso (mas por acaso, você tem algum projeto inovador? Conta pra gente):

    Inovação Tecnológica (Foco no Projeto)

    Objetivo: apoiar projetos de inovação de natureza tecnológica que busquem o desenvolvimento de produtos e/ou processos novos ou significativamente aprimorados (pelo menos para o mercado nacional) e que envolvam risco tecnológico e oportunidades de mercado.

    Forma de Apoio: Direta.

    Produtos: FINEM e subscrição de valores mobiliários. O apoio poderá se dar através de produto FINEM, da subscrição de valores mobiliários ou dos dois produtos combinados (operação mista).

    Valor mínimo para apoio: 1 milhão. No caso de operações mistas, o valor mínimo de R$ 1 milhão deve ser entendido como a soma do montante aplicada por cada instrumentos financeiros.

    Taxa de Juros: 4,5% a.a.

    Prazo: até 14 anos.

    Nível de Participação: até 100% dos itens financiáveis.

    Garantias: definidas na análise da operação. Veja: Garantias. A critério do BNDES, estarão dispensadas da constituição de garantias reais as operações de financiamento que não excedam o limite máximo de R$ 10 milhões de exposição junto ao BNDES, por grupo econômico, estando excluídas deste valor as operações de subscrição de valores mobiliários.

    Itens excepcionalmente apoiáveis: admite-se, a critério do BNDES, o apoio a despesas que impliquem em remessas de divisas, a importação de equipamentos sem similar nacional, com a devida comprovação, bem como o apoio a edificações desde que diretamente relacionadas as atividades de P&D.

    Encaminhamento de projetos: As solicitações de apoio financeiro são encaminhadas diretamente ao BNDES por meio de Carta-Consulta – preenchida segundo as orientações do Roteiro de Informações para Consulta Prévia – Linha Inovação Tecnológica, enviada pela empresa interessada ao:

    Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social – BNDES
    Área de Planejamento-AP
    Departamento de Prioridades-DEPRI
    Av. República do Chile, 100 – Protocolo – Térreo
    20031-917 – Rio de Janeiro, RJ

  114. AINDA SOBRE O R2

    Vejo que falamos do mesmo indice. Ai’ no seu julgamento vai uma questao de mind set.

    Em engenharia ou o neguinho sabe ou ele num sabe. Num tem essa de “eu acho”. A coisa e’ mais ou menos binaria.

    Voltemos pois um pouco no tempo e tratemos da Teoria do Conhecimento, desenvolvida por Platao no A Republica.

    “O que se pode saber sobre o NADA? Nada, pois nao se pode pensar em NADA.”

    Nota: Nothing is not the same as “not a thing”. A void, for instance can be mathematically defined, and even have properties assigned to it.

    “Assim posto, o que se pode saber sobre o NADA? Nada. Isto estabelece portanto um pilar do conhecimento, que e’ a Ignorancia Invencivel. Do outro lado ha’ o Conhecimento. O Conhecimento tem nuances: Sombras, Imagens, MODELOS e Formas. O grau de informacao contido em cada nuance aumenta. O conhecimento se torna uma Forma (em ingles Form, eu nunca li filosofia em portugues, nao sei como este termos possa ter sido traduzido) quando dialeticamente criticado e aprovado”.

    O texto entre aspas foi resumido for sake of brevity.

    Neste frame, o que seria entao uma opiniao? Platao cita Socrates: “Uma opiniao e’ qualquer coisa situada entre Ignorancia e Conhecimento”.

    Isto posto, examinemos o caso em questao. Daniel, nao e’ por que existem todas a dificuldades (corretamente) apontadas por voce, que uma maior leniencia para com valores indubitavelmente BAIXOS de correlacao seja aceitavel, ou muito menos justificavel. Sobre o considerado numero restrito de paises, lembraria a voce que os parametros amostrais tendem aos da populacao com “n” maior que 30. Temos uns 200 paises no mundo.

    Cambada, faz-se modelos como consolidacao de conhecimentos, geralmente para se ter um instrumento de previsao. No caso do artigo em questao, painel ou nao painel, ve-se que ele nao prestou pra muita coisa, pois a polemica gerada foi grande. Diferentes “opinioes” abundaram e se chocaram. Por que? Porque o autor nao gerou porra nenhuma em termos de Conhecimento. Porque ele nao matou cobra nem mostrou pau, estatisticamente falando.

    Vai dai’ entao que eu questiono Modelos com baixo indice de correlacao. Se eles sao considerados “normais”, sugiro que os amigos Economistas revisem o conceito. Talvez resida ai’ a falencia da aplicacao pratica de um sem-numero de “Modelos”, o do FMI para previsao de crescimento sendo a mais recente falacia exposta aqui em comentario recente. O fato de uma coisa ser “comum” nao justifica acomodacao.
    Um exemplo simples (sem desrespeito) e’ a merda. Recessao ou nao recessao, milhoes de toneladas do produto (ou sub-produto, melhor dizendo) sao produzidas diariamente. Presente na historia da humanidade ha’ milenios, com todo progresso tecnologico existente, ninguem conseguiu mudar seu cheiro nem seu paladar. Mas nao e’ por isso que a gente vai achar “normal” ter merda na sala de visitas, num e’ mesmo cumpadres?

    Um abraco de quebrar costela

    Kleber S.

  115. Alex, “O”, Tiago,

    Obrigado por esclarecer a minha dúvida do livro do Galí.

    Uma pergunta: Vcs aconselham o livro do Frederic Mishkin Economics of Money, Banking and the Financial Market ou é simples demais? Se nao, qual outro livro de economia monetária recomendariam?

    Obrigado.

    Abs

  116. LIVRO DO MISHKIN

    Eu num li esse livro nao, cumpadre. Mas a julgar pelo titulo, caso ele tenha sido escrito antes de setembro 08, ce pode acabar perdendo tempo lendo coisa bizoleta.
    Afinal, esses “conceitos-joia” deram no que deram, certo?

    Abracao

    Kleber S.

  117. “Vcs aconselham o livro do Frederic Mishkin Economics of Money, Banking and the Financial Market ou é simples demais? “

    O Mishkin eh muito triunfalista. As vezes quando leio o que ele escreve, eu fico de saco cheio. Alem dele ter falado uma m___ gigantesca sobre a Islandia… (faca o google de Mishkin+Iceland) E outra m___ mastodontica sobre o Greenspan (google Mishkin+Greenspan+Jackson Hole) Sobre o livro em questao, nao conheco.

    “O”

  118. Mesmo que o Inflation Targeting não tenha estatisticamente diferença em relação à sua não adoção, existem efeitos que não devem ser desprezados, principalmente sobre o sistema de crenças acerca do poder do Banco Central em coordenar as expectativas. Existem trocentos papers que consideram essa hipótese e se ela não for verdadeira, estamos fazendo ciência sobre um efeito placebo.

  119. Anônimo,

    “Vcs aconselham o livro do Frederic Mishkin Economics of Money, Banking and the Financial Market ou é simples demais? “

    Estudei por esse livro na graduação. Ele é irritante de tão simplista, mas não tenho outro para recomendar.

    Kleber S,

    vou concordar com o Daniel Coelho. R2 alto só é relevante quando o objetivo do modelo é explicar a variação da variável dependente, o que normalmente não é o caso. O exemplo de livro-texto: se você regredir renda per capita em PIB/população você terá R2 igual a 1 e um modelo inócuo. E R2 só denota a correlação da variável dependente com as explicativas. Relação de causalidade o buraco é bem mais embaixo.

  120. Ivo disse:

    “Inclusive o Sicsú até mostra isso (não sou heterodoxo),segundo Milton Friedman é contra esse regide.

    http://www.ie.ufrj.br/moeda/pdfs/teoria_e_evidencias_do_regime.p

    Você não deveria citar como evidência contra metas de inflação (IT) um artigo cujo argumento principal é uma tabela mostrando o crescimento nos países desenvolvidos com e sem IT. Isso é coisa de primeiro período.

    Além disso, se me permite um conselho: citar argumentos de autoridade é um péssimo hábito (comum em heterodoxos), prefira citar eviências empíricas.

  121. O padrão ouro foi uma das causas dessa crise,depois que inventaram de abandonar o padrão ouro o nível de poupança dos EUA caiu de 10 para zero.

    Bernanke baixa o juros para tentar aliviar a crise e evitar a deflação,a política correta seria subir o juros para incentivar poupança.

  122. “Além disso, se me permite um conselho: citar argumentos de autoridade é um péssimo hábito (comum em heterodoxos)”

    Eh pior que isso. Heterodoxos criaram um novo esporte de tirar citacoes fora de contexto de artigos de “autoridades”. Eh ridiculo. Voce pega o tipico artigo heterodoxo, digamos do Fernando Retardim, ou Csifu, eh divertido descobrir quantas citacoes de neoclassicos que eles enfileiram que sao completamente fora de contexto ou apenas demonstram que eles nao entendem o que leem.

    “O”

  123. Só pra deixar claro: na primeira metade dos anos 2000, Friedman, em entrevista p/ FT (acho que foi lunch with FT) admitiu que é dificil mudar de opiniao com 90 anos, mas afirmou que inflation targeting eh superior a metas p/ agregados monetários. Na sua pesquisa inicial, não havia conhecimento suficiente p/ adotar um regime de inflation targeting full fleged, por isso que ele sugeriu crescimento constante de agregado monetário a uma taxa de k% ao ano.

  124. TIAGO CARUSO

    Se voce regredir a variacao da energia cinetica com a variacao da energia potencial de um corpo deixado cair de uma determinada cota o R2 tambem sera’ igual a 1. E tera’ uma significancia ENORME. Ve-se portanto que R2 alto nao e’ ruim, a menos que se correlacione variaveis erradas, o que evidentemente nao tera’ significancia alguma. Minha experiencia pratica mostra que se o R2 for inferior a 0.80 (!) nao adianta se entusiasmar com a “descoberta” porque a equacao resultante sera’ um instrumento de previsao FRACO. Agora, com R2 de 0.20, a perda de tempo e’ total.

    Mas me responda uma coisa: se amanha um fulano qualquer chegar pra voce e disser o seguinte:

    “Escuta, inercia, descobri uma formula genial de ganhar dinheiro com acoes da Vale! As variaveis sao as seguintes (quaisquer que sejam) e o R2 correlacionando com o preco da acao e’ 0.20!”. Voce usaria o modelo pra por o SEU dinheiro nisso? Se a resposta for SIM, eu tenho outras propostas de negocio que possam lhe interessar.

    Um grande abraco

    Kleber S.

  125. Kleber,

    Os engenheiros podem realizar experimentos controlados. Isso permite que você escolha quais variáveis controlar e quais variar. Em economia TODAS as variáveis variam. Portanto, é muito mais difícil identificar o que, de fato, causa a variação da variável dependente.

    Logo, o engenheiro pode fazer experimentos controlados e encontrar vairáveis relevantes até que o R2 fique alto. O economista não.

    Inclusive, como já disseram, R2 alto em regressões econômicas tem cheiro de “roubo”. Não que seja um problema ter o R2 alto, mas é muito raro que ele seja alto naturalmente. E é muito fácil fazer ele ficar alto usando variáveis nada a ver.

    Abs,

  126. Só para completar, é muito comum modelos com R2 muito alto serem uma merda em termos de previsão. Isso acontece porque, na ânsia de fazer o R2 alto, o pesquisador enche o modelo de variáveis nada a ver (vulgo regressão espúria).

  127. “Escuta, inercia, descobri uma formula genial de ganhar dinheiro com acoes da Vale! As variaveis sao as seguintes (quaisquer que sejam) e o R2 correlacionando com o preco da acao e’ 0.20!”

    R2 de 0.20 se a amostra for grande deve ser suficiente para montar uma estrategia com retorno positivo.

    Kleber: economia eh muito mais complicado que engenharia.

    “O”

  128. Alex,
    Não adianta argumentar com os quermesseiros usando números, eles acham que a matemática é um instrumento de dominação imperialista!
    Sds,
    Ed

  129. RAFAEL M

    Variaveis tem mais e’ que variar mesmo. Este e’ o papel delas.

    Fisicos e Quimicos normalmente dispoem do luxo de experimentos controlados. Engenheiros via de regra nao. Para se resolver problemas, o trabalho e’ muito semelhante ao descrito acima: uma massa grande de dados deve ser analisada para se achar o root cause de um problema.

    Nao ha’ preconceito com R2 alto. O negunho pode ter cozinhado os dados, caso em que ele tera’ sido criminoso, ou nao.

    De um modo ou de outro, R2 baixo nao confere poder de previsao a modelo nenhum. Nunca tive um engenheiro que chegou pra mim e disse:

    “Veja que maravilha, Kleber S.! R2 de 0.20! Nao resolvemos o problema, mas foi uma analise muito honesta.”

    Em resumo: nao posso discordar de quando voce torce o nariz para indice de correlacao muito alto. Mas nao posso concordar que caso ele seja baixo ta tudo joia.

    Abracao

    Kleber S.

  130. Aproveitando que a gente está discutindo idiotices….alguém viu o artigo do Bresser na Folha de hoje? Agora ele está defendendo o Evo Morales….de novo a pergunta: como é que se faz para se tornar “prof. emérito” da FGV? É por tempo de serviço?

  131. Bem que eu poderia ganhar o premio nobel de economia,basta escrever palavras bonitas como falhas no mercado,assimetria de informação maior interferência do governo na economia que eu ganho.

    Foi assim que Krugman e Stiglitz ganharam,só falta o Sicsu.

  132. “Bem que eu poderia ganhar o premio nobel de economia,basta escrever palavras bonitas como falhas no mercado,assimetria de informação maior interferência do governo na economia que eu ganho.

    Foi assim que Krugman e Stiglitz ganharam,só falta o Sicsu.”

    Menas, menas…

    Você pode não gostar das posiçoes políticas de ambos (eu tenho mais restrições ao Stiglitz que ao Krugman, mas fiquei abismado com o post dele hoje sobre protecionismo – jogou muitos bebês com a água do banho), mas não dá para comparar o trabalho deles com o do Sicsú.

    Ambos fazem um trabalho muito bem fundamentado, que vai além (muito além) de palavras bonitas. Pelo contrário, é tudo muito bem amarrado em termos formais.

    Eu conheço pouco os modelos de informação imperfeita (nunca foi minha praia), mas os modelos de comércio internacional com retornos crescentes e custos de transporte são uma beleza. Mais: mesmo que o resultado não seja Pareto-ótimo, em geral as conclusões apóiam livre-comércio, aliás trazendo uma fonte adicional de ganhos (economias de escala se traduzindo em preços menores com especialização e comércio).

    Já o Sicsú deve ter dificuldade para amarrar os próprios sapatos.

  133. Kleber,

    Pra ver se a gente entra num acordo, o R2 baixo, na minha e na sua opnião, indica previsões ruins. O R2 alto não significa necessariamente um modelo bom. Agora falta eu te convencer que um R2 baixo, apesar de não dar boas previsões, não implica necessariamente um modelo ruim.

    Se o seu objetivo é estimar alguma relação (ex, o quanto o regime de IT afeta a inflação de um país), você não precisa de um modelo completo da inflação (que teria um R2 alto), basta você encontrar uma maneira esperta de estimar essa relação. E isso é econometria (pelo menos a microeconometria, a econometria de séries de tempo tem mais compromisso com previsão).

    Anônimo das 14:37,

    O Bresser, por incível que pareça, é muito admirado na FGV-SP. Muito embora eu não conheça ninguém fora de lá (seja ortodoxo ou heterodoxo) que respeite o trabalho dele.

  134. Olá Alex,

    Muito interessante seu artigo.
    No entanto, gostaria de um esclarecimento.No item 4 de seus comentários ao “besteirol” sicsussiano,tentei fazer as contas para o incremento da produtividade baseando-me nos dados do IPEADATA, originados da CNI( acho que o Sicsú trabalha nesta instituição). As séires utilizadas foram a de produção da indústria de transformação-Quantum-Índice-(Média 2000-100)e as de horas trabalhadas-indústria-Índice(média 2006=100).Obtive para variação da produção industrial 6,05% e 6,0522%(até Nov08), respectivamente para 2007 e 2008.Variação nas horas trabalhadas: 3,81% e 10,88% para 2007 e 2008(até Nov08), respectivamente. Logo, o incremento da produtividade do L para 2007 foi, nas minhas contas, de 2,15% em 2007 e de -4,36% em 2008. No ano de 2007 nossos dados estão bastante próximos, contudo, em 2008, há uma queda bastante siginificativa. Dever-se-á à falta dos dados para o mês de dezembro de 2008?
    Bem, de qualquer forma, a discrepância frente aos dados do Sicsú,sendo ele algum dirigente(?) da própria instituição divulgadora destes números, não parece estar ligada a má fé deste Sr.? Pois, caso não seja, este deveria fazer algum curso de matemática.
    Qual gabaritada universidade poderia conferir diploma a um batráquio como este? Seria muito importante que a media oficial, independentemente de correntes ideológicas, tomasse conhecimento destes “erros” que só confundem e desinformam o leitor.

    Um Abraço,
    Mariano Leite

  135. RAFAEL M

    Voce colocou MUITO bem nossas convergencias e divergencias. Perfeito.

    O que falta entrarmos em acordo e’ que R2 baixo tem algum grau de validade. Pela minha experiencia pratica citada anteriormente, eu sou extremamente relutante em concordar com voce neste ponto.

    O tio “O” faz uma advertencia interessante e singela: Economia e’ muito mais complicado que Engenharia. Concordo que e’. O blog e’ um exemplo claro disso. A literatura entao nem se fala. Para cada argumento em favor de uma coisa qualquer, ha’ outro contra. Se fosse tudo “clear cut” como e’ em Engenharia, evidentemente que a coisa seria diferente. Neste sentido, o Delfim falou uma coisa muito interessante na sua polemica entrevista discutida aqui no blog sobre o Marolinha: “A sorte dos fisicos e’ que os atomos nao pensam”. Ai’ reside a grande diferenca complicadora da Economia. Concordamos com esse complicador, que confere extraordinaria complexidade ao sistema.

    No entanto uma ultima discordancia ainda persiste. Vamos la’: estatistica nao foi criada para esta ou aquela ciencia, embora seu nascedouro esteja ligado ‘a Fisica. Nem Pearson nem Student criaram “porens” na aplicacao dos metodos estatisticos para Economia, Fisica ou Engenharia. A Estatistica e’ uma so’. Em funcao da complexidade, Economistas podem ter uma concordancia geral ENTRE SI que “ou a gente aceita grau de correlacao baixo, ou a gente nao progride, nao escreve artigo, nao trabalha no FMI, nao ganha Nobel, etc”. No entanto isso NAO encontra respaldo na ciencia estatistica, nem produz resultados validos como instrumento de previsao. Em outras palavras, the bar was set lower for convenience.

    E, mais uma vez, o debate sobre o underlying article e’ prova disso.

    Um grande abraco

    Kleber S.

  136. Eu não simpatizo com a teoria nova-Keynesiana,eu estudei economia na UFRJ hoje faço mestrado no Impa em economia matemática,trabalhamos com mercados incompletos,Stiglitz/Krugman acha porque o mercado apresenta falhas o governo deve resolver eu não penso assim.

    Ao meu ver Política monetária tem que seguir a regra de expansão monetária constante.
    Política fiscal: Orçamento deve ser equilibrado a qualquer nível de produção/emprego.

    Você como novo keynesiano pensa diferente?

  137. Kleber,

    Então vamos fechar no seguinte “compromise”: os econometristas têm que começar a encontrar modelos VÁLIDOS que tenham R2 alto. Mas os modelos VÁLIDOS feitos até hoje com R2 baixo continuam valendo até que se cumpra a tarefa proposta. (afinal de contas, eu não gostaria de acreditar que os caras trabalham com R2 baixos por má vontade ou incompetência generalizada…)

    Assina embaixo?

    Abraço,

  138. “Ao meu ver Política monetária tem que seguir a regra de expansão monetária constante.”

    ACho que isso eh um pouco outdated.

    “Política fiscal: Orçamento deve ser equilibrado a qualquer nível de produção/emprego.”

    Duvido que exista um economista profissional com doutorado etc que concorde com isso. Nao importa se de esquerda ou de direita.

    “O”

  139. Mais um mito pra cucuia:

    O Brasil é o oitavo colocado no ranking de transparência de informações sobre o gasto público elaborado pela IBP (sigla em inglês para Parceria Internacional sobre Orçamento), que lista 85 países.

    Os sete primeiros colocados são todos países desenvolvidos, com a única exceção da África do Sul, que fica em segundo lugar. O primeiro é do Reino Unido e, após África do Sul, vêm França, Nova Zelândia, Estados Unidos, Noruega e Suécia.

    http://www.openbudgetindex.org

  140. “Então vamos fechar no seguinte “compromise”: os econometristas têm que começar a encontrar modelos VÁLIDOS que tenham R2 alto.”

    Esse compromisso nao faz sentido. Existem relacoes economicas que nao comportam R2 alto, simplesmente porque existe risco idiossincratico em topo do risco sistematico que voce pode explicar com variaveis observaveis. Existe tambem o problema de variaveis que o econometrista nao pode observar, portanto, nao pode adicionar a equacao.

    “O”

  141. Caro Kléber S, eu posso dizer algo sobre a questão da Econometria (apanhei muito para aprender esse troço, pois as idéias são muito diferentes da estatística tradicional), pois já fui um dia engenheiro (hoje, mal consigo trocar a lâmpada de casa).
    Bem, o que quer dizer um R2 de 20%. Quer dizer que os outros 80% não são explicados, ou seja, estão no “resíduo” da regressão. Na Física e em outras ciências, isso se resolve indo a um laboratório e isolando quase todas as variáveis e deixando que apenas as variáveis de interesse variem. Aqui nós não temos um “laboratório”. Temos, no máximo, países que modificam suas políticas entre si e ao longo do tempo, mas geralmente mudando um porrilhão de coisas ao mesmo tempo. A solução para isso, e é o que a Econometria tenta buscar, são formas de se garantir que a relação encontrada numa regressão significa que mudança de A causa mudança de B, e não o contrário ou que uma variação numa variável C não muda simultaneamente A e B. Claro que isso é complicado prá caramba. Mas, até o presente momento, é melhor do que as alternativas que apareceram (quermesse, “austríacos”, etc..).

  142. “Política fiscal: Orçamento deve ser equilibrado a qualquer nível de produção/emprego.”

    Nessa, eu defino de forma diferente do que o “O” (mas, no fundo, penso de forma semelhante a ele). Acho que tem que ser equilibrado, sim. A questão é qual o horizonte de tempo do ciclo? Um mês? Um ano? O ciclo econômico? Se o governo tenta fazer isso com horizontes de tempo curtos, vai ter fazer uma política fiscal pró-cíclica: gastar mais na expansão e arrochar na recessão, simplesmente porque as receitas variam com a renda. E esse comportamento tende a agravar o ciclo. Por isso, o orçamento deveria ser equilibrado de acordo com o ciclo (uma forma é condicionar os gastos a uma meta de crescimento de acordo com o produto potencial, como o Chile tem feito – hoje, é dos poucos países que podem usar política fiscal para reduzir os efeitos da crise).

  143. “O Brasil é o oitavo colocado no ranking de transparência de informações sobre o gasto público elaborado pela IBP (sigla em inglês para Parceria Internacional sobre Orçamento), que lista 85 países.”

    E o BC brasileiro é o terceiro mais transparente do mundo. Você então admite que a política monetária não é passível de críticas?

  144. RAFAEL M, GALEGO, tio “O”

    Em que pese o tio “O” discordar, um cara que sem duvida conhece, eu tendo muito bem a aceitar o “compromise” proposto pelo Rafael M. O Galego foi feliz na sua intervencao, que a meu ve da’ suporte a esse “compromise”.

    Fica a criterio de cada um botar o seu dinheiro em modelos com R2 baixo, quando e se a oportunidade aparecer.

    Foi um prazer muito grande debater este assunto com voces. Aprendi bastante sobre o enfoque “economico” do assunto.

    Um abraco de quebrar costela

    Kleber S.

  145. Esse Open Budget Index parece interessante, mas não prova nada. Transparência orçamentária é mais uma “herança maldita”, mas está longe de significar qualidade do gasto público, ainda mais que orçamento no Brasil é autorizativo.

  146. Sobre o texto do Krugman, em termos estritamente econômicos, faz sentido. Se o objetivo do Governo americano com o pacote é evitar uma depressão com o menor custo fiscal possível, algum protecionismo se justifica, ainda mais num país onde a indústria de base é cada vez menos significante. Obviamente isso terá custos em termos de eficiência, mas o pacote não tem como objetivo aumentar a eficiência da economia ou obter o máximo de bens públicos com uma dada tributação. A função que deve ser maximizada não é a de bem-estar no sentido tradicional (ao menos no curto prazo).

  147. Olha,
    primeiro R² nao e' igual a correlacao, na maioria dos casos sendo o quadrado da correlacao entre a var dep e o preditor, algumas vezes nao e'.

    Ele ser baixo no caso do artigo creio que nao seja ruim, ja que se quer fazer inferencia sobre o coeficiente da variavel dummy. Se quer testar a hipotese de que o IT influencia a variavel dependente. Obviamente e' necessario algumas hipoteses para a inferencia. Nao sei quais sao necessarias para validar as conclusoes ja que desconheco o estimador usado (Difference GMM pelo que eu li).
    Ou seja, o objetivo do modelo proposto, e em geral nesses modelos de painel, e' saber se algumas variaveis sao significativas e nao prever a variavel dependente dado um conjunto de valores para os regressores.

    Previsao, como mencionou Rafael, fica mais a cargo de series temporais que "por acaso" costumam ter R² bem elevados, seja pelo uso de auto-regressivos, boa especificacao, filtros etc… ou (o caso ruim) regressoes espurias, como uma famosa regressao do valor do contrato do S&P 500 e o preco da mantega em Bangladesh.

    E outro ponto que o Galego menciona, a regressao sempre tenta pegar o efeito "parcial" do regressor e da var dep, mas ao fazer um experimento controlado toda a variacao da dependente muito possivelmente e' devido ao regressor. Ou seja o efeito parcial na realidade e' realmente o efeito "total" na variacao da var dep.

    Espero que a explicacao nao tenha
    ficado muito tosca.

    Sobre o artigo, nao vi tabela nenhuma com os resultados, alias so encontrei "insert table here".

    Henning

  148. “Nessa, eu defino de forma diferente do que o “O” (mas, no fundo, penso de forma semelhante a ele). Acho que tem que ser equilibrado, sim. A questão é qual o horizonte de tempo do ciclo? Um mês? Um ano? O ciclo econômico? “

    Caro Galego, se voce colocar o horizonte no infinito, qualquer orcamento vai ser equilibrado, por definicao. Entao estamos em um jogo de palavras? Minha leitura de nosso colega eh que ele queria orcamento equilibrado SEMPRE, o que significa PARA MIM, que os governos deveriam equilibrar os orcamentos SEMPRE no horizonte do orcamento (isto eh, 1 ANO) (afinal eh impossivel equilibrar o orcamento mes-a-mes!). Tal proposicao nao faz sentido, seja voce um keynesiano ou classico ou vegetariano.

    “O”

  149. Ao meu ver Política monetária tem que seguir a regra de expansão monetária constante.”

    É mais é a política que Chicago defende,segundo a regra de expansão monetária impede crise como essas do Subprime.Greenspan baixou demais as raxas de juros criando uma bolha no setor imobiliário.

    “Política fiscal: Orçamento deve ser equilibrado a qualquer nível de produção/emprego.”

    Política fiscal equilibrada ajuda a baixar a taxa de juros no longo prazo,evita que o governo se endivide além que possibilita o governo fazer pacotes de expansão fiscal desde que não afete suas receitas.

    Neo Keynesianos defendem que os EUA façam uma expansão fiscal,isso não deve ser feito porque aumenta a dívida pública,uma dia isso vai ser pago com um aumento de impostos,EUA Deveria cortar gastos.Eles estão com a mesma situação com o Brasil de 99 que teve um deficit fiscal de 8% do PIB.

    Depois que eu terminar o mestrado no Impa irei para fazer doutorado em Chicago (pretendo) porque ao meu vê é a única universidade que mantém os bons “valores” econômicos (com respeito a todas as outras universidades).

    Keynes tomou conta das Universidades americanas,a maioria das Universidades americanas estão seguindo uma linha Neo keynesiana a única que não segue é Chicago,já basta o curso Heterodoxo na UFRJ ter que aturar outro curso “Heterodoxo” em Berkeley,MIT ninguém merece.

  150. Alex,
    verifiquei, com muita atenção, suas considerações refutando o Sicsú.
    Terei, em breve, aula com João Luiz Mascolo. Você o conhece, algum comentário?

    Abs!
    FX

  151. Caro “O”.

    Sim, eu fiz um jogo de palavras. Daí eu ter dito que definiria de forma diferente, mas que pensava de forma semelhante a você.

    Eu só fiz o jogo de palavras no sentido de mostrar que a proposição feita pelo anônimo, no fundo, não faz tanto sentido quanto pareceria à primeira vista. No horizonte de um mês, é impossível, no horizonte de um ano, implicaria em política fiscal pró-cíclica. Por isso que defendo orçamento equilibrado na totalidade do ciclo econômico. Coisa que é muito difícil de fazer, pois implica em falar para um político deixar de gastar o dinheiro que ele tem, para suavizar uma recessão que talvez só venha no governo de seu sucessor…

  152. Alex o artigo do Krugman sobre protecionismo foi excelente,EUA cresceram mais com protecionismo.

    Se ales abrirem sua economia vão gerar mais desemprego,por isso a saída é o protecionismo.Setor de aço deles perdeu muito com a abertura comercial o mesmo aconteceu com a o setor automotivos,as empresas americanas quebraram por causa da abertura comercial americana.

  153. “Política fiscal equilibrada ajuda a baixar a taxa de juros no longo prazo (…).”

    “The Ricardian view predicts no effect of budget deficits on real interest rates (…) Many economists have tested these propositions empirically (…) Typical results show little relationship between budget deficits and interest rates”

    Quem escreveu isto?

    Teria sido um novo-keynesiano?

    Não: foi Robert Barro. Se você for para Chicago terá que descobrir outro argumento contra déficits fiscais.

  154. Tiago Caruso escreveu para Kleber s.
    “E R2 só denota a correlação da variável dependente com as explicativas. Relação de causalidade o buraco é bem mais embaixo.”

    Me lembra uma piada que li sobre correlação e causalidade:
    Pai: – Para que aquela foto de rato na parede ?
    Filho: – Para espantar dragão.
    Pai: – Mas aqui não tem dragão…
    Filho: – Então é porque funciona mesmo.

    Afrânio

  155. Prezado anônimo das 18:59,

    seu comentário é um compêndio de equívocos.

    “Neo Keynesianos defendem que os EUA façam uma expansão fiscal,isso não deve ser feito porque aumenta a dívida pública,uma dia isso vai ser pago com um aumento de impostos”

    Verdade que isso vai ser pago, mas se o objetivo é suavizar o consumo, então política contra-cíclica é válida. Como você faz impa você deve ter visto isso no modelo de ramsey. Além disso para isso valer tem que ser respeitada a condição de transversalidade, o que não é claro para países.

    EUA Deveria cortar gastos.Eles estão com a mesma situação com o Brasil de 99 que teve um deficit fiscal de 8% do PIB.”

    Primeiro, o Brasil não cortou gastos, depreciou sua moeda e o mesmo vinha acontecendo com os EUA até a crise. Segundo, os EUA não são o Brasil, eles têm o “privilégio exorbitante” de emitir o dólar, principal moeda do sistema financeiro.

    “Depois que eu terminar o mestrado no Impa irei para fazer doutorado em Chicago (pretendo) porque ao meu vê é a única universidade que mantém os bons “valores” econômicos (com respeito a todas as outras universidades).”

    Valores existem em teologia ou ideologia, não em economia. Um austríaco não passa de um quermesseiro liberal.

    “Keynes tomou conta das Universidades americanas,a maioria das Universidades americanas estão seguindo uma linha Neo keynesiana a única que não segue é Chicago,já basta o curso Heterodoxo na UFRJ ter que aturar outro curso “Heterodoxo” em Berkeley,MIT ninguém merece.”

    Quando você chegar em Chicago e for fazer as matérias de macro, todos os modelos de equilíbrio dinâmicos estocásticos que você estudar vão ter uma regra de formação de preços, alguma fricção, afinal não faz sentido estudar dinâmica sem fricção. Ganha um doce se descobrir quem inventou isso.

    Não acredita em mim? Olhe você mesmo:
    http://economics.uchicago.edu/about_lit_grad_course.shtml

    Abs

  156. Alexandre, fiquei meio curioso de saber que resposta você daria ao Málaga:

    http://www.voxeu.org/index.php?q=node/2931

    Até a crise, vinha concordando com o que você dizia sobre os juros, mas agora tenho uma certa impressão de que você não está supondo uma puta porrada na demanda por causa da crise. Não é plausível que haja essa porrada?

    Em suma, no momento estou mais próximo do que gente como o Málaga vem dizendo, mas fiquei curioso de saber que contra-argumentos você teria.

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

Assine a nossa newsletter