Quanto mais queijo, menos queijo…
Recebi de um leitor (que prefere permancer anônimo) a seguinte pérola do criador do jornalismo de serviço. Normalmente eu não perderia o meu (nem o seu) tempo com isso, mas é realmente delicioso.
“Chamo a atenção para três fatores que poderão determinar o rumo futuro da inflação e que aparentemente não estão sendo considerados pelo Banco Central:
1. O aumento dos preços dos alimentos corrói o poder aquisitivo das classes de menor renda, maiores responsáveis pelo aumento do consumo nos últimos tempos (…)”
Vejam que interessante: a inflação mais alta reduz a renda e o consumo das classes de menor renda e, portanto, reduz a inflação. Imagino que, por simetria, a inflação mais baixa eleva a renda e, portanto, o consumo das classes de menor renda, aumentando a inflação.
Ergo, quanto mais alta a inflação, mais baixa será a inflação e, quanto mais baixa a inflação, mais alta será a inflação. BCs ao redor do mundo podem parar de se preocupar: nunca haverá processo inflacionário persistente, pois a inflação se auto-corrige… Consigo até imaginar a festa na Argentina.
Isto dito, o melhor da história é que o mesmo autor do argumento, em outras circunstâncias, insiste que a inflação não é gerada por excesso de demanda (aparentemente só reage à demanda quando o argumento lhe interessa).
Honestidade realmente não é o ponto mais destacado da figura.
PARA QUEM DEVE A TAXA FIXA DE JURO (AINDA MAIS SUBSIDIADA PELO BNDES), DEFENDER A INFLAÇÃO É UM BOM NEGÓCIO (BEM VERDADE QUE DESONESTO). OS SEGUIDORES SÃO PESSOAS COM NENHUM CONHECIMENTO (BOIADA OU COMUNAS SEM CAMINHO). ALGUNS ENTENDIDOS TENTAM EXPLICAR MAS NÃO CONSEGUEM VENCER A BOIADA APAIXONADA E IGONORANTE.
Anônimo:
O camarada transpira honestidade, não acha?
Abs
Alex
A única coisa difícil é aguentar o cheiro da trasnpiração “honesta” do Nassif…
Alex: vocé é economista e dos bons (é visível sua competência).
Tem uma turma de falsos economistas (antiéticos, pois escondem que não são economistas) que não sabe nada. É bem verdade que alguns não são economistas e sabem das coisas (são bons em conhecimentos e bom senso). Os falsos devem ter vergonha de sua formação profissional (pois sempre escondem). São administradores, advogados e outras profissões (o próprio que deve ao BNDES há mais de 10 anos sem pagar, nunca nega que não é economista, enganando sua boiada). A FGV-SP tem muitos falsos economistas. Salvam-se o Rogério Mori e o Alkmar Moura (são economistas pé no chão).
A turma do pensamento mágico é de dar dó e raiva. Até o Valor que tem bons jornalistas, tem uma turminha que é de envergonhar. Mas o Delfim (USP), a turma da UNICAMP, da UFRJ, parece que quase de todas as UF, escrevem um amontoado de idéias embotadas (são agressões ao saber).
Como criticar os leigos se a maioria dos economistas brasileiros são esquerdinhas derrotados e teimosos?
Baseiam-se neles.
Parabéns pela coragem de se expor e ensinar de graça.
Anônimo:
Obrigado. Apareça sempre.
Abs
Alex
Schwartsman, eu próprio comentei no referido espaço, mas tenho dúvidas da utilidade desse debate. Não sei mesmo, se, apesar de toda a animosidade que este sujeito demonstra em relação a você, vale à pena dar notoriedade, mesmo que em tom crítico, a alguém tão pouco digno. Os textos são medievais ( no que tange aquele obscurantismo que condenou Galileu e outros); as respostas aos comentários de uma cretinice singular.
De fato, o que mais chama a atenção ali, são os comentários de terceiros, que tentam – creio até serem bem-sucedidos – esclarecer para os absurdos que são postados. Tarefa árdua, pois há uma claque de prontidão para tentar desqualificar, sem um mínimo rigor técnico, os argumentos mais lúcidos que aparecem.
abs,
Edmundo
Eu não devia, mas é irresistível. Obrigada por me fazer rir tão gostoso. Abs.
Edmundo:
Você tem razão, tanto que não dou muita bola, mas – como disse – a tal afirmação é uma conjunção rara de falta de conhecimento com desrespeito à lógica que só encontra paraleo na história do queijo suíço (quanto mais queijo, mais buracos; quanto mais buracos, menos queijo, logo quanto mais queijo, menos queijo). A verdade é que não consegui resistir (e olha que eu resisto a tudo, menos às tentações).
Abs
Alex
Janaína:
Nem precisei fazer força. A afirmação é de um ridículo tão atroz que só a menção a ela já provoca riso.
Abs
Alex
O Nassif por si soh eh assustador em sua desonestidade e ignorancia, mas ainda pior sao os comentaristas em seu blog. Parece que todo genero de loucos varridos, teoristas de conspiracao, viuvas da Uniao Sovietica e do regime militar, e pseudo-intelectuais se aglomeram lah, um verdadeiro botequim doidivanas.
Cada um tem o que merece, Anônimo. Eu, por outro lado, não tenho o que me queixar dos comentaristas que por aqui aportam (vez por outra aparece um maluco, mas não dou trela).
Abs
Alex
Alex,
De novo na FSP…hoje a PNBJ está de arrancar os cabelos (nada pessoal com vc…), mas ele segue a estratégia quermesseira ao tratar do assunto do fundo soberano. Só faz críticas, avacalha todo mundo (em especial o Gustavo Franco) mas não consegue defender sua posição com argumentos técnicos. Não há debate de idéias. Chama os críticos do fundo de turma da bufunfa, etc. (vc deve estar neste grupo, na opinião dele) A pergunta é: ele trabalha de graça para o FMI (que é na verdade algo parecido com um banco)?
Abç.
M.
M:
Antes da boquinha de Washington, trabalhando para mesma instituição que abominava (a justificativa, como qualquer cara de esquerda que arruma um emprego público, é “sabotar o sistema por dentro”), era assessor parlamentar do ilutre senador Eduardo “Bob Dylan” Suplicy. Sem jamais ir a Brasília que, afinal de contas, fica longe e não tem o charme do Mall, nem a graça de Georgetwon.
Realmente a defesa do FSB fio exemplar: nenhum argumento a favor, exceto, na cabeça dele (se é que se tem de fato este apêndice) que “a turma da bufunfa” era contra. Se bons economistas são contra, o Bombinha tem que ser a favor; se a favor, o Bombinha é contra.
“Duas pernas ruim, quatro pernas bom” e não se fala mais no assunto.
Abs
Alex
O Bombinha deve ser o funcionario publico mais bem pago do Brasil, alem de ser filho de embaixador (tb conhecido como Bombao, ou o homem de 100 bilhores de dolares, tamanho do buraco da Nuclebras) e neto de governador.
Quem eh entao da turma da bufunfa?
Alex,
O Lula suspendeu o tal Fundo Soberano. Eu estou achando que o Mantega está balançando…Quem sabe o Belluzzo ocupe sua vaga? Que pesadelo…
Abç.
M:
O ínclito ministro tem se especializado em trocar as patas dianteiras pelas traseiras, e a frequência tem crescido.
O Valor hoje fala do Palocci voltando ao governo, mas não sei se teremos esta sorte…
Beluzzo? Pior ainda: além de tudo perderíamos um incompetente da direção dos porcos…
Abs
Alex
Oi Alex
De fato, o governo no Brasil é enorme e muito ineficiente. No entanto , o olhando os dados do PIB, o consumo do governo tem crescido em torno de 3% nos ultimos anos,o que não é nada assustador, eu diria. O que vc acha?
Atenciosamente
Anônimo:
Neste ritmo precisaremos só de 19 anos para trazer o consumo do governo à média da América Latina.
Fora isto, a notar também a forte correlação positiva entre demanda privada e consumo público que marca o período pós-2003 (ver a respeito, aqui no blog, “A falácia de Sherwood” http://maovisivel.blogspot.com/2007/12/falcia-de-sherwood.html). O consumo do governo é pró-cíclico, o que gera necessidade de maior reação de política monetária.
Abs
Alex
“No entanto , o olhando os dados do PIB, o consumo do governo tem crescido em torno de 3% nos ultimos anos,o que não é nada assustador, eu diria. O que vc acha?”
O gasto primario cresceu a mais de 7% por ano REAIS nos ultimos 3 anos.
Anônimo:
São conceitos distinto: nas contas nacionais o foco é o consumo do governo ,i.e.. quanto dos bens e serviços produzidos pelo país são diretamente consumidos pelo governo.
O gasto primário abarca (grosso modo) o consumo do governo mais as transferências (no nosso caso principalmente as aposentadorias do INSS), que são consumo privado.
Como argumentei certa vez (A falácia de Sherwood) esta distinção NÃO dá carta branca para a gastança. Primeiro porque o consumo do governo brasileiro roda a 20% e, como escrevi no comentário acima, mesmo crescendo a 3% a.a. precisaríamos de quase 20 anos para reduzí-lo a patamares médios da A. Latina (que não é nenhum prodígio de crescimento, diga-se).
Em segundo lugar porque as transferências têm que ser financiadas, e o são por meio de uma carga tributária boçal e complexa, cujos efeitos sobre o crescimento são extremamente negativos.
De qualquer forma, ambos conceitos são úteis, desde que saibamos exatamente sobre qual deles estamos falando.
Abs
Alex
PNBJ é bizarro. Seus argumentos: Bevilacqua é gordo, Gustavo Franco é baixinho, Alex é careca. Talvez ele goste da barba do Stiglitz…. Esse é o Cavalo de Tróia da heterodoxia dentro do FMI. Por mais plural q queira ser a FSP, o cara tem q agragar alguma coisa.
ola alex
esses caras me lembram o galo chantecler que acreditava que seu canto é que fazia o sol nascer…quando ele descobriu a verdade caiu morto.
[ ]’s
joão carlos
Alex,
Alguma possibilidade de vc comentar a entrevista do Bresser ao Valor de hoje?
M.
M:
Sem chance. Por mais que não concorde com as opiniões ali, devo muito a ele. Mesmo limitando a discussão ao campo das idéias, como acabaria tratando de coisas que ele disse, eu me sentiria um ingrato e este é um limite que não quero cruzar.
Abs
Alex
P.S. Sem contar que o Samu fez um belo contraponto. Acho que não teria nada a adicionar ao que ele disse.
Alexandre, queria sua opinião mais direta a respeito da afirmação feita, e não apenas das -obviamente- absurdas implicações na inflação e no consumo.
A inflação de alimentos corrói a renda das pessoas mais pobres realmente? Qual o seu argumento? O que acontece nessas situações, quem sofre mais? E por fim: qual a saída de curto prazo?
Abraço.
Anônimo:
Inflação inesperadamente mais alta reduz salários. Se a inflação é sai de 5% para 10%, mas de forma plenamente antecipada (nunca acontece, mas serve para amarrar o raciocínio), os reajustes de salários ocorridos nos meses anteriores já incoporariam esta perspectiva e nada ocorreria.
Se, como sói ser o caso quase sempre, a aceleração da inflação não é esperada, o que ocorre é que os salários (que tipicamente se alteram uma vez por ano) são reduzidos pela inflação.
No caso de alimentos, há razões para crer que famílias de renda mais baixa são mais prejudicadas por este processo.
Para ficar só nos índices de inflação, enquanto o IPCA – que mede a inflação para famílias que ganham entre 1 e 40 salários mínimos – bateu 5% nos 12 meses terminados em abril (4,7% em março), o INPC – que mede a inflação para famílias que ganham até 6 salários mínimos – atingiu 5,9% em abril, contra 5% em março.
Este perfil de inflação sugere que que os mais pobres são mais prejudicados.
Saída de curto prazo? Conter as expectativas de inflação de prazo mais longo para evitar que estimulem uma aceleração ainda maior da inflação nos próximos meses.
Como fazer isto? Apertando a política monetária para mostrar que a inflação retornará à trajetória de metas.
Abs
Alex
A lógica é mesmo absurda…
No entanto, se não lembro mal, é o que tá nos manuais de macro com aquele modelo AS-AD.
O aumento nos preços desloca a LM pra esquerda. No gráfico AS-Ad, estamos caminhando pra esquerda ao longo da AD. Como os preços estão acima da expectativa, desloca-se a AS para cima (esquerda), até atingir um equilíbrio, em que os preços esperados são iguais ao preços efetivos. E esse é também o ponto com taxa de desemprego natural.
E a dinâmica da economia é essa mesma: o aumento nos preços provoca aumento nas taxas de juros e redução na renda (IS-LM). Como o Markup não muda, a redução na renda acaba sendo transferida pros trabalhadores. Que buscam reajustes, mas têm a renda real corroída até que atinjamos um nível de emprego de equilíbrio e a inflação cesse.
Diferente disso só com expectativas racionais.
Então, o absurdo está no modelo, ou não? Errei em alguma coisa?
abraços
Anônimo:
Trata-se de um movimento da AD ao longo da AS. Preços sobem e a história termina aqui.
Abs
Alex
O argumento não implica na auto-correção da inflação. Ele só diz que tem uma força nessa direção, e certo ou errado, quem fez a extensão e levou o argumento do cara para o absurdo foi você. Quem é o desonesto agora?
"Quem é o desonesto agora?"
Que pergunta. O Nachifre, é claro…
não confunda desonestidade com burrice… o nassif é um jegue mesmo.. abs