A tese Tabajara
Quando comecei a escrever esta coluna, há pouco mais de um ano, era disseminada a crença que a demanda doméstica não conseguiria crescer, “sufocada” pela taxa de juros. Face, mais tarde, às evidências que a demanda doméstica vinha se expandindo a uma velocidade considerável (e, acreditem, ainda não vimos o final desta história) o argumento mudou: a demanda poderia crescer, mas importações em alta impediriam que esta expansão se traduzisse em maior produção doméstica.
À luz, porém, da vigorosa expansão da produção e conseqüente elevação da ocupação da capacidade instalada houve nova metamorfose: a versão mais atual de “seus problemas terminaram” agora aponta para o crescimento do investimento acima do PIB (10% contra 5% nos últimos quatro trimestres) como evidência que o aumento da produção conseguirá acomodar a expansão da demanda. Mantendo a tradição, não se segue a tal afirmação qualquer tentativa de tradução em números, por exemplo, quanto a mais de crescimento sustentável a evolução mais favorável do investimento implicaria.
Em trabalho recente, no entanto, mais uma vez com a colaboração de Cristiano Souza, estimamos que uma elevação equivalente a 1% do PIB do investimento implica um aumento em torno de 0,2% ao ano de crescimento sustentável (com alta probabilidade entre 0,15% e 0,25% a.a.). Vale dizer, para que nossa capacidade de crescimento de longo prazo cresça 1% a.a., o investimento – medido como proporção do PIB – deveria aumentar de 17% para algo como 22%. Considerando a margem mencionada acima, o investimento precisaria crescer entre 4% e 6,7% do PIB.
Mantida a expansão do investimento 5% a.a. mais rápida que o PIB precisaríamos de 4,5 a 7 anos para atingir esta meta (5,5 anos em nosso caso central). Esta conclusão sozinha já deveria esfriar consideravelmente o entusiasmo em torno da tese Tabajara, mas há outras implicações que precisam ser consideradas.
De fato, como manda a consistência macroeconômica, para aumentar o investimento em 5% do PIB é imperativo que outros componentes da demanda agregada (consumo privado, consumo público e saldo em conta corrente) reduzam sua participação nesse total. Parte disto parece já estar vindo do encolhimento dos superávits em conta corrente, mas, se a história nos ensina algo, é bom não contar com isto como fonte durável de financiamento do investimento. A escolha, pois, reduz-se a diminuir o consumo privado ou o consumo público, e, dado o histórico nacional, eu não apostaria num ajuste baseado na redução do gasto público.
Como ninguém, acredito, quer reduzir o consumo privado, o cenário mais provável que emerge na ausência de ajuste fiscal é uma expansão apenas moderada do investimento como proporção do PIB e, consequentemente, uma expansão muito aquém da desejada de nosso potencial de crescimento, que não será resolvida com a tese Tabajara.
A última do Sicsú
Considerando tudo o que escrevi acima é alvissareira a moderação de João Sicsú (Valor Econômico, 9/Nov/2007), que agora pede a contratação de apenas 1 milhão de novos funcionários públicos (antes queria mais 2 milhões só de fiscais), ao acanhado custo de 2% a 2,5% do PIB, metade do que originalmente sua proposta implicava. Com isto, ao invés de reduzirmos nosso potencial de crescimento em 1% a.a. o reduziremos em tão-somente 0,5% a.a., o que, convenhamos, é um enorme progresso.
(Publicado 14/Nov/2007)
Alexandre,
sei q vc não é nenhum justiceiro, mas o “professor” q escreveu hoje no Valor sobre gasto público merece, digamos, “apoio psicológico”. Depois q “o povo do gueto” ganhou mais espaço para expor seus fecalomas cerebrais ficou mais difícil dar à sociedade um debate minimamente agregador.
Sds.
Fica mesmo difícil acompanhar a evolução das bobagens cometidas diariamente nas colunas econômicas. Tantos para “punir” e tão pouco tempo…
Isto dito, somar amortização de dívida para explicar carga tributária é de uma cretinice ímpar…
Se amortização é despesa,então endividamento deveria ser receita, não?
Francamente?
Você pode ser um ótimo economista, mas como comunicador social tenho dúvidas. Tese tabajara? O que você tem contra os índios? O que eles te fizeram de ruim, pra você utilizar esse termo de modo tão pejorativo? E a taxação das grandes fortunas? Como falar de PIB e imposto, no Brasil, sem falar da taxação das grandes fortunas? Porque, você há de concordar, é uma anomalia, num país tão desigual como o Brasil, os bancos concentrarem tanta riqueza sem dar nenhum retorno social pra população. Ou vai dizer que eles merecem BIlhões em lucros, que isso é fruto do sucesso comercial de seus donos/investidores/acionistas? Tenho saudades do Biondi…
Eva:
“Tabajara” refere-se à companhia fictícia do “Casseta & Planeta”, cujos pordutos têm como bordão “seus problemas terminaram”. Ainda bem que não tributam o mau humor, não?
mas endividamento não está sendo “receita”? afinal, a expansão da demanda não está se dando exatamente em função do alto endividamento das pessoas físicas?
Se você fizer um crediário nas Lojas Bahia (não é “merchandising”) e se endividar você vai comprometer uma parcela da sua renda futura com isto, supondo que você pretenda pagar seu crediário.
Por outro lado, o salário que você recebe todo mês não implica nenhum comprometimento de sua renda futura. Deve ser por este motivo que salário é renda e endividamento não é, não?
Da mesma forma, endividamento do setor público não é receita no sentido econômico do termo, assim como amortização não é despesa no mesmo sentido econômico.
Abs
Pois é Alex… se endividamento não é receita, e se grande parte do “empuxe” econômico que verificamos na economia brasileira, atualmente, está sendo alimentado graças ao endividamento dos assalariados e pensionistas, é possível então explicar por que a atividade industrial em SP caiu em outubro, véspera do 13o salário?
Mais explicitamente, é possível delinear um futuro muito comprometido para o tal do crescimento econômico, né?
E, a isso se soma um outro elemento, que parece estar sendo totalmente “desprezado” pelos “analistas” de economia na mídia (faturando alta na bolsa, por certo), que é o da inflação que vai chegar a quase 5% este ano, praticamente equivalente ao crescimento econômico…
Você não pensa em falar algo acerca disso? Aliás, hora dessas, bem que você poderia dar uma estimada em qual seria a % de redução tributária possível se fossem cortadas todas as despesas desnecessárias, tais como aluguéis com prédios, carros oficiais, publicidade, festas de lançamento (como no RNorte, onde a governadora do PSB decidiu gastar R$1,5 milhòes em festa de 6 dias para inauguração de uma ponte)…
Alexandre,
Todo mundo é a favor de uma taxa de crescimento do PIB maior. No entanto, como vc mesmo aponta com maestria no seu artigo, existem trade-offs difíceis de serem reconciliados.
Eu porém não estou pessimista com a nossa taxa de crescimento. Me lembrei do trabalho do Angus Maddison (The World Economy: A Millenial Perspective). Segundo o Maddison a taxa média de crescimento do PIB per capita dos países hoje ricos durante o período de 1900-2000 foi de 2% aa. Este é o número mágico para se atingir o nível de renda dos países ricos no longo prazo: 2% aa de crescimento per capita. Com uma taxa destas a renda per capita dobra a cada geração (35 anos).
Como a taxa de crescimento populacional do Brasil hoje anda em torno de 2% aa então eu imagino que com o crescimento estimado do PIB em +4% estamos no bom caminho!
Um grande abraço,
Eduardo
PS. Vc viu o artigo do Bresser no Folha de hoje? Merece resposta!
Eduardo:
Acho mesmo que nossa taxa de crescimento potencial aumentou graças à estabilidade, que induz a um investimento mais alto na medida que empresários passam a ter menor receio de reversões abruptas. Sem, porém, atacar o tamanho do estado aceleração mais rápida fica difícil.
Quanto ao Bresser, eu devo muito a ele. Jamais serei o primeiro a bater.
Imaginar que é possível manter um crescimento econômico baseado no endivididamento maciço de assalariados e pensionistas, me parece delírio.
Por outro lado, é importante lembrar que um crescimento econômico equivalente à inflação no período, está fadado à corrosão.
E, finalmente, lembrar que Luizinácio fez do sindicalismo (fascista, é sempre bom lembrar porque reitera o caráter da coisa toda)sua base de lançamento político e, no entanto, ao chegar no poder não tomou nenhuma medida para desonerar a folha salarial.
Isso quer dizer que, somando todos os aspectos, no Brasil, não avançamos nem um milímetro na reversão da concentração de renda, o que explica por que as classes A/B tiveram um aumento de renda de 7,5% e o das classes D/E (onde entram os R$8 bilhões distribuídos a título de bolsa-miséria) foi de 2,5%.
Alexandre,
Do Paulo Nogueira na FSP de hoje:
“O setor externo vem dando contribuição líquida negativa ao crescimento do PIB há vários trimestres, segundo o IBGE.”
Cui bono nele! A cantilena dos auto proclamados desenvolvimentistas contra a valorização do câmbio continua…
Agora falando sério, esta choradeira contra a apreciação do Real, vc vê algum mérito nos argumentos deles?
Na minha modesta opinião quanto mais o Real se valoriza, menor a inflação e mais flexibilidade tem o BC de cortar a Selic. Como um mínimo espera-se que os desenvolvimentistas apresentem números que sustentem a afirmação de que as perdas do setor exportador são maiores que os ganhos dos consumidores (na forma de inflação mais baixa) e dos tomadores de crédito (na forma de taxas de juros menores).
Sds,
Eduardo
Eduardo:
“Cui bono” nele, realmente. Este pobre-diabo, como muitos outros do seu naipe, ainda não percebeu que a expansão da demanda doméstica às taxas que temos observado só é possível graças à redução da demanda externa líquida.
Mesmo assim a utilização de capacidade está em níveis recordes, assim como outras medidas de utilização de recursos.
Isto dito, Eduardo, seu ponto sobre o câmbio está essencialmente correto. Graças ao aumento de preços de commodities (e do preço das exportações brasileiras)podemos importar uma quantidade maior de produtos para a mesma quantidade exportada (daí a apreciação do câmbio, ou, pelo menos, parte dela). A contrapartida disto é aumento da oferta doméstica (cuja contrapartida é a queda da demanda externa mencionada acima), atenuando a pressão inflacionária.
Mas o Bombinha não consegue lidar com raciocínios mais elaborados; só com contabilidade nacional.
Abs
Alex
gentem, para que serviram os R$600 bilhões pagos pelo governo a título de juros e amortizações da dívida interna?
foi porque o câmbio está cedendo em função dos volumes exportados?
(e, Eduardo, de que inflação você está falando?)
ah, e tem mais um pequeno detalhe, que me parece elucidador: os prejuízos sucessivos e bilionários do BC, resultante de suas intervenções no mercado para evitar que o câmbio se ajuste à demanda, sempre que há uma crise no mercado financeiro.
e se há tamanha sensibilidade diante das “circunvoluções” do Ibovespa, será mesmo que a taxa de câmbio no Brasil hoje está sendo definida pelas exportações?
Anônimo:
Juros e amortização servem para pagar a dívida. Afinal de contas alguém emprestou dinheiro para o governo e bem que gostaria de tê-lo de volta. Se você preferir, pode fazer uma doação ao governo, que cuidará dele com o mesmo carinho que cuida do dinheiro dos contribuintes: irá desperdiçá-lo.
Agora me escapa como as amortizações da dívida afetam o câmbio. Talvez você tenha alguma idéia genial para nos iluminar, quem sabe tão genial quanto a independência do comportamento do câmbio em relação ao balanço de pagamentos…
Já os prejuízos bilionários do BC são compensados parcialmente pelos ganhos que o Tesouro tem (o Tesouro ainda deve em moeda estrangeira) e, principalmente, porque isto traz um perfil de dívida mais saudável. Afinal de contas, quando a situação externa vai bem o câmbio valoriza, o que nos custa; em compensação, se a situação externa se deteriorar, os ganhos associados às reservas limitarão o impacto da piora externa sobre a economia doméstica. Ou seja, o custo de carregamento das reservas equivale ao um prêmio de seguro contra choque externo. Ou você esperava comprar seguro de graça?
é que eu tinha esquecido que vocês fazem parte do Meirelles boys… como se os ganhos mais do que seguros e certeiros decorrentes da dívida interna em nada contribuíssem para segurar o dólar no patamar em que está… é claro.
mesmo com o custo que isso representa e que implica, em última instância, que investimentos na estrutura produtiva sejam postergados em função dos ganhos fáceis que o governo está oferecendo para mostrar ao mundo que o Luizinácio é capaz de segurar o dólar em patamares inferiores a FHC.
e o pior é imaginar que tudo isso só esteja nos tornando cada vez mais pobres e mais endividados.
parabéns pela parte que vos toca.
(e só para lembrar da realidade, é incrível perceber como o câmbio está independente do balanço de pagamentos, nào é mesmo? basta uma crise nos mercados de crédito norte-americanos, para de repente, assim, como quem não quer nada, o câmbio nos lembrar como está totalmente independente do balança de pagamentos – não menos volátil)
Prezado Alex:
O debate econômico patrocinado pelos economistas de esquerda está parecido com a “lógica” do queijo suiço:
Quanto mais furos, menos queijo;
Quanto mais queijo, mais furos;
Quanto mais queijo, menos queijo.
Abraços.
Engraçado que quando os “ganhos mais do que seguros e certeiros decorrentes da dívida interna” eram maiores o câmbio era mais desvalorizado, não?
Ah, sim. E o balanço de pagamanetos é totalmente independente da crise americana, não é mesmo? O Brasil não exporta nada para os EUA, não importa nada de lá, nem empresas americanas fazem investimentos no Brasil, nem os fluxos de capitais são afetados pelos desenvolvimentos que ocorrem por lá.
Por você, não apenas o câmbio independe do balanço de pagamentos, mas o balanço de pagamentos também independe do mundo… Você acabou de inventar o único modelo econômico só com variáveis exógenas.
Quanto a ser Meirelles Boy, bem, não é para qualquer um mesmo.
É isso aí Neto! Quanto mais queijo, menos queijo.
Abs
Alex
o problema não sou eu quem aponta, Alexandre, é você mesmo… está tudo certo, o único sintoma é a falta de investimentos no setor produtivo, é o gargalo na infraestrutura, é a falta dos marcos regulatórios, tudo que os R$600 bilhões pagos de juros e amortizações escondem, incentivam e atenuam.
Você poderia escolher se: (a) escondem ; (b) incentivam; ou (c) atenuam? Quando você escolher a alternativa eu respondo.
Aliás, como já escrevi. incluir amortização da dívida como despesa é de uma cretinice ímpar. Se amortização é despesa, endividamento é receita, e nenhum país (ou empresa) teria que se preocupar com o tamanho de sua dívida.
pois é, amortização é investimento, né?
Não. Amortização é o oposto de endividamento, assim como subtração é o oposto de soma.
Seu comentário seria mais pertinente a “Nanismo e as quatro operações”, dada a deficiência aritmética.
então, isso explica como transferimos para credores privados R$600 bilhões de reais do PIB, sem investir em infraestrutura nem expandir a capacidade produtiva para alavancar um crescimento econômico sem inflação… ao contrário do que está em curso, fruto do endividamento e da ciranda especulativa que obedece às oscilações “exógenas”, ou “alieníginas”, se você preferir…
e explica inclusive como e por que continuamos endividados para tornar atraente o investimento proposto pelo Estado para manter a cotação do dólar em patamares criminosos, sim, porque exportar com dólar de 96 com custos de 2007 é realmente difícil de não contabilizar como prejuízo… a não ser do ponto de vista da Amazônia, é verdade: a queda dos preços da soja foi de fato o instrumento mais eficiente para limitar seu desmatamento descontrolado…
e posso dizer isso tudo sem descer ao nível da tua empáfia que beira a grosseria… e sabe por quê? porque eu tenho razão 😉
Você transfere para os credores o que eles transferiram antes para você (senão não seriam credores), não? Ou você ainda está disposto a doar seu dinheiro para o governo?
Quanto a não investir em infraestrutura, bem, o gasto primário do governo aumentou de 23%para 31% entre 1994 e 2006, mas o investimento caiu. Caiu porque o governo prefere gasto corrente…
Quanto a exportar com dólar de 1996e custos de 2007 causar prejuízo, bem, isto também não explicaria as exportações crescendo 18% aa, como estão crescendo agora, a menos que os exportadors fossem como você, tão pouco apegados a dinheiro que gostariam de dá-lo ao primeiro que aparecer.
Mas não fique desesperado. Se estudar um pouquinho, respeitar a matemática e a língua portuguesa, prometo tratá-lo melhor.
por Deus, você estudou tanto para dizer essas barbaridades ou esses clichês?
ah, tenha paciência… quer dizer que eu “adevorvo” aos credores o que me deram antes, assim, porque são bonzinhos?
porque você em vez de ficar batendo cabeça contra a realidade, você não fala da realidade? fala do “fundo soberano” já que você não vai falar da subida do dólar apesar do “crescimento” das exportações (compensação de “caixa”, bem… antes eu exportava 1, agora tenho que exportar 2 😉
o problema dos monetaristas é só esse: vocês acham que as 4 operações aritméticas substituem a lógica e, por consegüinte, a inteligência… (e nem vou botar sorriso porque a situação do país é a que conhecemos, nós os que estamos fora do poder, não é mesmo?!!! 😉
e além de comentar esse tal de “fundo soberano”, você bem que poderia aproveitar e contar prá gente em qual rubrica do orçamento se encontram os pagamentos de juros e amortizações das dívidas interna e externa, né? 😉
Vamos lá.
1) Se você acha que pagar amortização da dívida representa transferir recursos para credores, tem que admitir, pela mesma lógica, que os credores transferem recursos para o governo. Lógica…
2) Se você não respeita as regras da aritmética, também não respeita lógica;
3) Quanto ao Fundo Soberano, olhe o próximo post;
4) Que história é esta, “de antes tinha que exportar 1, agora tenho que exportar 2”? Hoje exportamos mais (em quantidade) e nossas exportações compram mais importações, graças à melhora dos termos de troca.
5) Devolvemos o dinheiro a quem devemos porque: (a) é o certo; ou (b) não quero saber se é certo ou errado, mas se quiser tomar emprestado no futuro e não ficar dependendo do Hugo Chávez (como a Argentina), é bom me manter em dia com meus credores.
6) Contabilidade orçamentária não é economia, se não – como escrevi acima – você vai ter que contabilizar como receita, além do tributo, todo endividamento do governo e conlcuir que não há déficit.
amorizações e juros… vou repetir, amortizações e juros… vou repetir: amortizações E JUROS…
e foi o que eu disse: exportamos mais em quantidade, e veja só que absurdo, exportamos com preços de 96… enquanto importamos a preços de 96 com custos de 2007, haja competitividade.
ou seja, se a lógica prescinde da matemática, a matemática sem lógica fica só uma guerra de números… é a lógica que ordena os números, bilu 😉
(você pode pelo menos agradecer a “inspiração”? afinal, quem sugeriu um post sobre Fundo Soberano? 😉
1) Vou repetir também: incluir amortizações está ERRADO; a menos que você queira admitir que o setor privado transfere R$ 800 bn por ano (além da carga tributária) para o setor público quando compram títulos da dívida;
2) Quanto aos juros, os gastos reais (deduzida a inflação) com juros equivalem a 3,8% do PIB nos 12 meses terminados em set-07 (o mesmo valor de 1994). Neste meio tempo o gasto primário veio de 23,3% para 30.8% do PIB (até dez-06; este ano ain da crescerá). Quem mesmo que pressiona as contas públicas?
3)Matemática e lógica são inseparáveis. Se você não consegue expressar suas idéias em termos matemáticos, é porque a lógica que você julga correta, está simplesmente errada;
4) Os preços de exportação em dólares são 33% superiores aos observados em 1996 (seguindo o aumento de 44% no preço das commodities no mesmo período). Será que isto não tem nada a ver com o comportamento do câmbio? Nem das exportações?
5) O artigo sobre o Fundo Soberano estava pronto desde domingo.